
Folha
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, decidiram nomear os oficiais-generais mais antigos na carreira para comandar as Forças Armadas, em uma tentativa de desarmar a resistência e eventual insubordinação de militares.
Múcio quer apresentar os oficiais pessoalmente a Lula nesta sexta-feira (9). O futuro ministro, que deve ser anunciado nesta sexta pelo petista, já escolheu também quem será seu secretário-executivo: Luiz Henrique Pochyly.
Pochyly foi secretário-geral de administração do TCU (Tribunal de Contas da União) durante um período em que Múcio estava na corte e é especialista em compliance e controle.
Múcio disse a aliados que quer aproximar a Defesa do Tribunal de Contas. A ideia é fazer o aperfeiçoamento de processos de controle internos. A pasta tem que regularmente realizar compras de uma série de equipamentos estratégicos e eventualmente há problemas nesses processos.
TRADIÇÃO
Lula disse a aliados que também deve anunciar nesta sexta-feira (9) os escolhidos para a chefia de cada Força. A informação foi revelada pelo G1 e confirmada pela Folha.
No Exército, o comando ficará a cargo do general Julio Cesar de Arruda. Assumem as outras Forças o almirante Marcos Sampaio Olsen (Marinha) e o brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica).
O almirante Renato de Aguiar Freire ficará com a chefia do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, cargo vinculado à estrutura do Ministério da Defesa. Ele substituirá o general Laerte de Souza Santos. A escolha segue o critério de rodízio entre as Forças no comando da área.
Lula e Múcio seguiram a tradição de priorizar os oficiais-generais mais antigos. O movimento é visto na caserna como um aceno da equipe de transição para diminuir as resistências de militares com a vitória de Lula.