Como qualquer brasileiro, sou vidrado em Copa do Mundo. Afinal, lembro da primeira estrela lá em 29 de junho de 1958. Um domingo de sol, pelo rádio, ouvindo os cinco gols canarinhos. Ao lado de meu pai, numa festa de Igreja. Era dia de São Pedro!
E hoje, como a grande maioria, estou fulo com Tite. Esse time não vai longe… Com uma defesa de mais de 150 anos não transmite confiança.
Bem, quero refletir juntos sobre o evento como negócio. É a maior atração comercial do planeta. De 4 em 4 anos, todos os 191 países e seus 8 bilhões de viventes, se viram pra onde a bola vai. Bola que já vem com grife. Custa uma grana. As camisas dos times nacionais nem aparecem mais com nome do país ou suas cores originais. Predomina a cor do patrocinador ou melhor dos patrocinadores.
A camisa do juiz, a bandeira de escanteio, a placa de mudanças de atletas, tudo tem patrocínio.
A ONU tem 193 países e 191 deles tem seleção de futebol. Nenhum outro esporte tem isso. E a Copa não é apenas agora nesses 40 dias lá no Catar. Começa antes, bem antes. Já houve a escolha do lugar (lugares!) da próxima, de EUA, Canadá e México. Imaginem: meca do consumo! E tem regras claras, no campo e fora dele. Transparentes. Democráticas.
A FIFA, entidade que manda (e desmanda) tem sede na Suíça (chique e estratégica, ninguém até hoje foi preso com desmandos). Diz ela que nessa copa no Catar terá lucro de 6,5 bilhões de dólares.
Alguns economistas (não me atrevo a ser um deles!) estimam em 220 bilhões de dólares o PIB dessa Copa. Catar, terra de bilionários e lá nas Arábias (meio dia de viagem daqui), gastou (chamam lá de investimento) 200 bilhões de dólares).
Juro que é mais. É muito mais. De prêmios, durante essa Copa, a FIFA vai distribuir 2 bilhões de dólares.
Esperam lá um milhão de turistas. Mas conforme os times se classificam, deve aumentar. Imagine uma França, Alemanha indo pra semifinais.
Uma Olimpíada, tida como o evento mais democrático, com mais gente e cunho bastante socioeconômico, dizem que gera uns 21 bilhões de dólares. Talvez 26? A última, em Tokyo, falaram nisso.
Copa do Mundo é negócio! Business. Felizmente, não se vive mais no romantismo antigo, “pátria de chuteiras”. É negócio com lazer. Tudo elevado a última potência de resultados. Empregos, diretos e indiretos. Impostos. Aquecimento bom e saudável de todas as economias.
Ou seja, o mundo construiu um baita evento, capaz de irrigar todo o planeta com geração de renda.
E claro, com 22 marmanjos, um cara no meio, todos de calção, querendo a mísera bola (ah, Zé Vasconcelos. Saudades!). E quem joga ali, é visto pela metade dos caras do mundo.
Lembrando, modestamente, o Brasil nunca faltou numa Copa. Foi quem mais venceu, quem revelou o maior jogador de futebol de todos os tempos.
Mas graças a Deus, todos entendemos que é lazer, será ótimo vencer. Mas a gente gosta de ver os bons craques, enfim, gostamos de futebol. Cada vez mais! Nesse pós Covid, jogo de série B com 40 mil pagantes e bom ibope na TV paga. Times da série A, com 45 mil pagantes pra ver jogo e torcer pra não cair. Mas é tempo de Copa do Mundo!
Ganhando o time da gente (ou não!), que venha a Copa do Catar! Bons jogos. E muita, mas muita grana rolando nos negócios. Aqui principalmente.
(*) Éricoh Morbiz foi diretor da CIC, dirigiu sindicato patronal de shoppings em Curitiba e é tido como um dos bons “olheiros do futuro” do país.