Fernando… Hoje, coincidência generosa, há 40 anos, você nascia em Curitiba, para alegria de seus pais e irmãos. E maior coincidência ainda, é que vocês tenham escolhido para celebrar o evento o local que hoje está, de uma forma indireta, no centro das atenções mundiais. Estão em Prudentópolis, cidade muito significativa da herança cultural católica e sobretudo, marco de existência e resistência dos ucranianos e seus descendentes aqui no Brasil.
Esta data tem grande significado nas nossas vidas, na nossa família, composta e mantida fundamentalmente pelo trabalho e esforço da tua mãe, em momentos de grande significação, geridos pelo teu falecido pai, tudo em torno de um projeto de fraternidade que acabou nos entregando ao mundo um ser humano excepcionalmente dotado de carisma e espiritualidade. Contam-me que hoje você experimenta uma vertente da espiritualidade pentecostal. Ótimo! Desde que não seja caminho para fanatismos ou o desmonte de outros projetos em que a vida do espírito se desenvolve paralela ao cotidiano.
Fernando, você é Antônio, sabia disso? Sim. Santo Antônio de Pádua, que nós conhecemos na tradição cultural e espiritual católica, tinha como seu primeiro nome Fernando. Ele acaba, com o passar dos anos, dentro da proposta religiosa franciscana, transformando-se em Antônio. Paz e bem, é minha mensagem para você. Que Deus, em sua infinita misericórdia e grande sensibilidade para com as muitas rachaduras do ser humano o acompanhe, para todo o sempre.

Tenho grandes momentos vividos com você, ao lado da tua mãe, do teu pai, das tuas irmãs… Um dos mais significativos para mim, por incrível que pareça, é aquele com você liderando um grupo de piazada ali do Condomínio Vila Romana, em busca de salvar um cachorrinho e levá-lo ao veterinário. Eu me coloquei, solicitamente, à disposição nesse projeto, que apenas nos deu a dimensão do teu “todo espiritual”.
Os amores, desamores, as jovens, o entregar pizza na Califórnia, tudo isso acabou compondo o teu perfil, em que as qualidades humanas e as propostas de humanidade andam juntas.
E agora, vou repetir para você uma advertência que me vem mexendo com a cabeça há dias. Eu pego a tradução de São Jerônimo, que traduziu a Vulgata das Escrituras Sagradas. Antes dessa tradução dependíamos dos textos em hebraico e grego. Pois bem, essa advertência e saudação é o meu presente para você:
“Sejam então, prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Jesus.”
Paz e Bem, Fernando!
Do seu padrinho,
Aroldo Murá G. Haygert