A escultora Luna do Rio Apa está realizando no Atelier de Esculturas e na Fundição do Memorial Paranista uma releitura da obra “O Exílio”, do artista paranaense João Turin. “É um resgate da grande obra de João Turin, o maior dos escultores paranaenses e talvez um dos maiores do Brasil. A peça será fundida por Rafael Sartori no Centro de Criatividade e será um símbolo dos 330 anos de Curitiba”, detalha Maurício Appel, pesquisador e produtor de arte.

O Memorial Paranista já abriga o maior jardim de esculturas do Brasil e reúne 15 obras de Turin em proporções heroicas, reproduzidas em bronze. A obra “O Exílio”, desenvolvida a partir de fotografias da época, tem 2,70 de altura e está sendo feita em argila. “A escultura reflete o próprio Turin, um exilado dentro do próprio sonho. Um homem desnutrido e que mantém a elegância e imponência”, comenta Appel.

A OBRA

João Turin concebeu a obra durante o período em que morou em Bruxelas, onde foi apresentada como trabalho de conclusão de curso na Real Academia de Bruxelas e que chegou a ser premiada com a Menção Honrosa no Salão de Paris. Quando Turin retornou ao Brasil, a obra foi deixada em seu atelier em Paris, espaço que foi cedido ao também escultor Victor Brecheret e que também foi usado posteriormente por Anita Malfatti. Durante a Segunda Guerra Mundial o local foi bombardeado, destruindo o acervo do artista.

Sua obra conta ainda com o apoio do empresário e mecenas Samuel Ferrari Lago.

João Turin

O ARTISTA

João Zanin Turin nasceu em Curitiba em 21 de setembro de 1878 e aqui morreu em 9 de julho de 1949. Tinha 70 anos e estava em plena atividade.

Aluno de Antônio Mariano de Lima, foi bolsista do Governo do Paraná em Bruxelas, na Bélgica, onde se especializou na escultura. Ao lado dos também artistas plásticos Zaco Paraná e Lange de Morretes, foi o responsável pela criação do Movimento Paranista de identidade regional por meio da escultura.