
Estadão
A primeira reunião de transição de governo está marcada para acontecer nesta quinta-feira, 3, às 14 horas. O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), indicado o coordenador da transição pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será recebido pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP). Alckmin estará acompanhado da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e do ex-ministro Aloizio Mercadante, que fazem parte da equipe de transição.
O encontro acontecerá na Casa Civil, portanto no quarto andar do Palácio do Planalto, um acima de onde fica o presidente Jair Bolsonaro (PL). Aliados acreditam que Bolsonaro não ficará no prédio no momento do encontro.
ORÇAMENTO 2023
A alternativa da equipe de transição do presidente eleito para abrir espaço no orçamento de 2023 através de crédito extraordinário pode esbarrar em dificuldades no Tribunal de Contas da União (TCU). Caso a consulta seja enviada à Corte de Contas neste ano, os processos cairiam nas mãos dos ministros Aroldo Cedraz e Jorge Oliveira, considerados nomes alinhados a Bolsonaro. Por isso, esse caminho é visto como arriscado.
A partir de janeiro, a regra muda para sorteio por livre distribuição. Nesta quinta, Alckmin, Gleisi e Mercadante também se encontrarão com Bruno Dantas, presidente do TCU, e ministros do tribunal para discutir o orçamento 2023.

As consultas ao TCU seriam uma saída mais rápida para que Lula não dependesse do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que demanda maioria absoluta e votação em dois turnos.
Aliados de Lula no Congresso, no entanto, estão otimistas sobre a aproximação com Arthur Lira e acreditam que ele será prestativo, em troca de apoio à reeleição. Essa ala do PT acha preferível se unir ao presidente da Câmara a tê-lo como inimigo. Lula disse a seu círculo próximo que não irá influenciar na disputa.
Além da equipe de Lula, o ministro Paulo Guedes também vai ao TCU hoje, acompanhado de Ciro Nogueira, para discutir a transição. Guedes tem dito nos bastidores que pretende contribuir com o presidente eleito, mas ao mesmo tempo precisa respeitar o “luto” de Bolsonaro.