Por Pedro Ribeiro – Paraná Portal
“Como pode uma sociedade ser salva, ou ser forte, se não tiver à frente seus homens mais sábios? A pergunta, do filósofo Sócrates, feita antes da era cristã, encaixa como uma luva quase 2.500 anos depois no Brasil, onde dois candidatos – extrema direita e esquerda – disputam a gestão de uma nação com 212 milhões de habitantes.
Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva – o que temos – estão longe de se enquadrarem na expectativa do maior filósofo da história e dos brasileiros que, embora vão às ruas defenderem seus candidatos, sabem que o Brasil terá ainda entre duas ou três décadas pela frente para encontrar um presidente à sua altura.
Sócrates alertava todas as nações, pois sequer sabia da existência de uma um continente que, com apenas pouco mais de 500 anos de descobrimento, se transformou em uma potência mundial na área industrial e da alimentação. Possui, também, uma das mais exemplares democracias do mundo moderno.
Não é por falta de avisos, alertas e até discussões extremas que é preciso transformar esta nação para que ela se insira dentro dos países mais desenvolvidos com liberdades individuais e principalmente honestidade dentro do poder público. Infelizmente, a doença da corrupção consome principalmente quem deveria extirpá-la: o Congresso Nacional e o Executivo Federal.
As eleições do segundo turno vão eleger Bolsonaro ou Lula. Durante todo o período em que manifestaram a intenção de governar o país, não ouvimos, pouco tivemos conhecimento de um programa de governo inteligente aos moldes que pregava Sócrates. Pelo contrário, o povo foi envolvido em discussões familiares, religiosas, promessas. Mentiras.
Enquanto isso, o atual governo, que pretende continuar por mais quatro anos e, consequentemente, fazer seu sucessor nas próximas eleições, negligenciou a pandemia da covid e sangrou os cofres públicos comprando políticos no Congresso Nacional e nos Estados e Municípios. Um autêntico leilão, cuja moeda é a da troca de favores.
Pouco se mostrou, durante todo este período, de mais de dois anos, a real situação econômica e financeira do país, mesmo diante de uma escalada de desemprego e inflação. Quanto o país deve? Qual o orçamento que o próximo governo terá para investir nas áreas da saúde, educação – cumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal – segurança pública, meio ambiente e principalmente infraestrutura? Falam, à exaustão, no potencial do agronegócio que se transformou na fonte financiadora de campanhas.
Você sabia, caro leitor, que, com o demoníaco orçamento secreto, o próximo governo terá menos 40% do seu orçamento anual para investimentos nas áreas acima citadas?
Como jornalista, embora territorial e longe dos grandes centros econômicos e político, sou obrigado a listar e fixar nos favoritos diários, dezenas de jornais, sites, blogs, Câmara Federal, Senado, Poder Executivo Federal e Legislativo, entre outros, para ter um norte sobre o que acontece no nosso país.
Nos meus favoritos, estão dois senadores que têm pressa para que esta Nação deixe a mediocridade para trás e cresça e se transforme em gente grande, de respeito. São eles, Alvaro Dias e Oriovisto Guimarães. Enquanto Dias tem uma bagagem maior na casa, Guimarães é um marinheiro de primeira viagem no Congresso Nacional ou no mundo político.
Pelo que percebi, em seus quatro anos de mandato, tem batido e apanhado no Senado Federal e se transformou em uma das vozes mais críticas, combativas e construtivas daquela casa. Pode ter outros, mas são suas análises econômicas e políticas que nos chamam a atenção do que vem pela frente. Nada bom.
Nesta terça-feira, 25, Guimarães fez mais um pronunciamento na sessão da Câmara Alta onde disse após o resultado das eleições, o Congresso Nacional deve deixar de lado discussões medíocres e priorizar pautas que façam bem ao País.
Quais seriam estas pautas? Justamente as que ele vem defendendo desde que assumiu uma cadeira no Senado: reforma tributária, o fim do foro privilegiado, o fim das decisões monocráticas dos ministros do STF e o fim do orçamento secreto.
Guimarães observou a seus colegas que “nós, que fazemos parte do Poder Legislativo, devemos promover as mudanças e debater problemas concretos, deixando de lado as paixonites políticas. Seja quem for o presidente eleito no domingo, me curvarei ao desejo da maioria e ajudarei a aprovar projetos que sejam bons para o País, assim como me oporei aos projetos ruins. Temos que discutir, por exemplo, de onde vai sair o dinheiro para pagar os R$ 600 do Auxilio Brasil, que os dois candidatos estão prometendo. Temos que pensar no bem do Brasil acima de tudo”.
O senador paranaense voltou a fazer um apelo aos cidadãos para que, passada a efervescência eleitoral e os excessos cometidos por todos os lados, a Nação se una e o Legislativo possa, com independência, fazer o seu papel de votar propostas: “Só teremos um Brasil melhor quando pararmos de discutir nomes de candidatos e passarmos a discutir ideias. Os presidentes passam, mas são as normas edificantes e a segurança jurídica que constroem o progresso. Estou sonhando com a próxima segunda-feira quando as paixões e a fé vão ceder espaço à razão”.
Não devemos perder a esperança, pois temos representantes bem- intensionados que abominam o pusilanismo e aposta no futuro da Nação.