domingo, 14 setembro, 2025
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Coluna do Erico Morbiz: Urna fala? E como…

Antes de mais tudo, não comungo desse papo de fraude em urna eletrônica. Assisti algumas lá no tempo do papel e acho que houve no início da eletrônica. Hoje, com hackers e algorítimos, não cogito disso.

E também não gosto de ver o destaque que nossa mídia deu, e está dando, para delegação estrangeira que viu nossa eleição. Assistir, acompanhar, é coisa de sempre. Turismo generoso via ONU. Mas agora, ganhou contornos de fiança, de estranha autoridade moral pra considerar válido o resultado. Quem, ou melhor, quais países aqui representados usam urna eletrônica? Que babaquice isso…

Bem, nossas urnas eletrônicas gritaram domingo passado. Alto. Claro, não deu pra tampar os ouvidos.

Comecemos pelas pesquisas. Novamente a mídia: deu valor demais, ignorou os comprometimentos nítidos e óbvios e sequer analisou os vícios e metodologias diversas. Deu no que deu!

Mas pesquisa é uma ferramenta muito útil pra quem sabe usá-la e quando devida. E viva nosso Murilo Hidalgo, entrou e se qualificou no time vip do eixo Rio/São Paulo. Aprovado com louvor!

Lá nos idos de 1969/70, nos bancos da FAE, cursando economia e nos corredores e noites, encarando o AI-5, Decreto 477, enfim, integrava o DAEC e DCE da Católica e de olho no líder maior Vitorio Seratiuk, lá na Federal,  a gente jamais imaginou que um dia veria General com votos. Mourão e Passuello vão pra Brasília, esquentar cadeiras no Senado e na Câmara. O primeiro, ganhando facilmente a vaga nos pampas! O outro, sendo o federal mais votado em pleno Rio de Janeiro! Gosto disso: fardas com votos. Sem tanques ou fuzis!

E o eleitor, mais aqui nas Araucárias, mas agiu em outros pedaços, aprovou a Lava Jato! E quase formou uma mini bancada no Congresso.

Ah! Disse aqui que haveria pouca renovação. Que engano. 40% não voltam pra Brasília!

Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

E acho que se consolidou: não adianta criar partidos, vitaminar fundo eleitoral, roubar horários da mídia eletrônica: nosso eleitor já é sábio, vota bem, manja as artimanhas partidárias. Não chega a 10% os eleitos por nanicos. Hora de enterrá-los!

E por incompetência de seus fundadores, ainda mandando demais, o PSDB disse adeus! Pena. Eu acreditei no parlamentarismo da fundação. Mas só no papel essa defesa.

E resultados auspiciosos: mais negros e pardos, mais mulheres, trans e índios! Somos plural, então nosso Congresso precisa ir nesse sentido! Melhoramos, mas precisa seguir crescendo nesse aspecto!

E o deputado federal mais votado, mineiro de 26 anos, advogado recém formado e nascido na periferia, vai dar ordem do alto de seus quase 1,5 milhoes de votos! Fantástico. Pouco ligo se é conservador e pró-presidente. Pediu voto, botou a cara. Quem votou nele quis e sabia quem era!

Nosso Congresso, a partir de janeiro, com 40% de novos passageiros, terá cara mais conservadora, deverá pautar mais costumes. E certamente! Deus queira! Irá confrontar o STF, as togas que se lambuzam hoje  extrapolando seus deveres.

Nem tanques nem togas. Constituição, para todos! Deixem empresários falarem. Artistas. Lideranças grandes e pequenas!

Finalizando, a gritaria dessas urnas, trouxe um ingrediente novo em nosso mundo político: o bolsonarismo. Ganhe seu líder o 2º turno ou não. Numericamente, já é o vencedor. Nos próximos anos, saberemos se continuará, terá substância e conteúdo pra exibir. Ou terá sido um vento de primavera, como tantas que  já vieram e foram. Que tal a collorida?

Vencendo Lula, governará com vigilância parlamentar agressiva e majoritária. E seu PT se esvaindo.

Se for o atual, terá quatro anos de cofre sem chave. Precisaremos de Deus e bem brasileiro! Ah, o Parlamentarismo.

Lembro-me de ouvir de pertinho, do maior político “desse país”: quanto mais eleição melhor meu filho! Doutor Ulisses. Sem dúvida. Já estou pronto pra próxima!

(*) Éricoh Morbiz foi diretor da CIC, dirigiu sindicato patronal de shoppings em Curitiba e é tido como um dos bons “olheiros do futuro” do país.

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