domingo, 14 setembro, 2025
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2º turno começa com ataques mentirosos vinculados a religiões

Segundo turno começa com fake news associando Lula ao satanismo e polêmica sobre Bolsonaro na maçonaria | Eleições 2022 | G1
Lula é associado a “satanismo” e Bolsonaro à Maçonaria. Foto: Reprodução

Publicações que circulam na internet tentam associar o candidato do PT ao “satanismo”. Outras insinuam uma equivocada contradição entre ser maçom e acreditar em Deus

 

Estadão

Com a definição do segundo turno da eleição presidencial entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), mentiras ou informações fora de contexto sobre a religião de ambos os candidatos começaram a circular com mais força nas redes sociais.

Um vídeo do chefe do Executivo em uma loja da Maçonaria serve de munição para que apoiadores do petista tentem enfraquecer o presidente diante dos eleitores evangélicos. Do outro lado, bolsonaristas compartilham fake news associando Lula a um suposto “pacto com o diabo” e ao satanismo, também tentando intensificar a rejeição ao petista nesse segmento.

Apoiadores de Lula chegaram a se “disfarçar” de defensores de Bolsonaro no Twitter para dizer que não irão mais votar no presidente. “Estou tão triste com Bolsonaro, brincando com a nossa fé cristã. Que decepção”, publicou um usuário que agora usa elementos da iconografia bolsonarista em seu perfil, como o número 22, uma arma disparando e uma bandeira do Brasil, mas publicou que “a volta de Lula era o mundo voltando ao eixo” uma semana antes da eleição.

Na noite da terça-feira, o deputado federal André Janones (Avante-MG), aliado de Lula, publicou uma live na frente do Tempo de Salomão, no Brás, em que diz que Bolsonaro poderia estar ligado a “rituais satânicos”. “A gente não sabe o que Bolsonaro negociou na maçonaria para apoiarem ele. Não posso garantir que ele não negociou em nome dos próprios eleitores. Se no pacto que ele fez, envolveu o nome dos eleitores”, disse. “Quem é cristão de verdade não dá para caminhar junto com a maçonaria. Lamento que Bolsonaro cedido a essas práticas de bode, de sangue, não sei do que, negociado em nome dos seus próprios eleitores para fazer esse pacto pela vitória.”

Em páginas bolsonaristas no Telegram, aplicativo de mensagens russo, usuários também disseram estar “arrependidos” após ver o vídeo do mandatário em uma loja maçônica. Outros membros os acusam de serem petistas infiltrados para manipular a opinião pública.

Desde o primeiro dia oficial de campanha, em agosto, a disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gira em torno de temas religiosos. Bolsonaro, por exemplo, costuma chamar a eleição de “luta do bem contra o mal” e criticar o que chama de “fechamento de igrejas” na pandemia de covid-19, reforçando a pauta religiosa da sua campanha. Já Lula, acusa Bolsonaro de tentar manipular a boa-fé de evangélicos e chegou a declarar que o presidente é “possuído pelo demônio”.

O Estado brasileiro é laico. A Lei das Eleições (Lei 9.504/97), inclusive, proíbe a veiculação de propaganda eleitoral em templos religiosos.

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