Médico curitibano reconhece ainda haver muito preconceitos, mesmo na classe médica, contra o Canabidiol. “Não é panacéia, e tem de ser administrado devagar, até chegar à dose exata”
Edmilson Fabbri, médico curitibano, cirurgião geral, diretor e fundador da Stressclin, de Curitiba, respondeu a algumas perguntas deste site sobre como realiza procedimentos com o Canabidiol, esclarecendo que, como médico, não precisa de autorização para tratar pacientes com o medicamento.
“Faço minha parte, o resto fica com o laboratório que irá fornecer o medicamento ao paciente”, explica. Disse reconhecer que o tratamento com o Canabidiol exige paciência, as doses têm de ser ministradas aos poucos: “isso é obrigatório”. Segue a entrevista:
– O senhor reconhece amplos benefícios do Canabidiol para a a saúde humana. Ou se trata de “modismo”?
Canabidiol não é uma panaceia, mas bem indicado, funciona muito bem. Temos um sistema endógeno com vários receptores. Nosso Canabidiol interno chama-se anandamida,serve para manter a homeostase .
– Em que indicações o senhor utiliza o Canabidiol?
As principais indicações do canabidiol são autismo infantil, dores crônicas, ansiedades e insônia. Nos casos de parkinsonismo, ajuda na estabilização do quadro, mesmo não tendo muita ação nos tremores e na marcha.

– Estariam, então, suiperadas as dificuldades para os doentes terem acesso ao Canabidiol, parte da maconha sobre a qual pesa um “anátema” universal e antigo?
Hoje em dia ainda temos a dificuldade da demora na importação do produto. Em média, são 45 dias de espera. Existem laboratórios se mobilizando para conseguirem manter depósito aqui no Brasil, o que reduziria este tempo para até cinco dias.
Outro fator que ainda limita seu uso é o preço: com aumento do uso, talvez possa baixar.
– Há outros fatores, além dos médicos, a serem considerados. Por exemplo, a demora para se conseguir o Canabidiol…?
Existem pessoas que têm autorização para cultivo em casa, neste caso o grande problema é o grau de pureza da droga. É um tratamento em que o médico tem que ter muita paciência para achar a dose certa, pois é variada de paciente para paciente, e tem-se que ir subindo o número de gotas com muito vagar .
– O senhor reconhece que perduram estigmas contra o Canabidiol?
É uma medicação de uso e aceitação mundiais, e que no Brasil começa a ter uma melhor aceitação em face de seus seus resultados. Mas há, sim, muito estigma no seu uso por desinformação, inclusive da classe médica. Cremos que muito em breve deverá ser mais amplamente usada em face de seus ótimos resultados quando bem indicada.
