quinta-feira, 13 novembro, 2025
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De olho nos neopentecostais, Lula já fala em “Teologia da Prosperidade”

Michelle e Bolsonaro. Foto: Isac Nóbrega/PR

Janja está próxima das religiões afro-brasileiras; Michelle adverte: demônios teriam “tomado conta” do Palácio do Planalto, agora expulsos por Bolsonaro…

 

Ampliam-se as notícias e os debates nos meios políticos sobre a importância que o chamado fenômeno religioso terá nas próximas eleições, de novembro. O presidente Jair Bolsonaro faz questão de ampliar sua âncora no denominado universo evangélico brasileiro que, hoje, pode andar em 40% da população. Na verdade, apenas o Censo Geral deste ano dará uma informação correta não apenas sobre os que se classificam evangélico- protestantes históricos, pentecostais e neopentecostais.

Também deve apontar o crescimento grande dos que não têm fé religiosa e, mais, dos que podem ser classificados como “desigrejados”, uma nominação utilizada para situar antigos crentes evangélicos que não mais freqüentam suas antigas denominações. Mas se classificam ainda de evangélicos.

Lula, católico aberto à diversidade religiosa, como ele mesmo se classifica, casou com Janja, uma socióloga de ligações com religiões afro-brasileiras. Enquanto isso, a primeira dama, Michelle Bolsonaro, parte para a pregação ampla e irrestrita, ousando, até, a definir o Palácio do Planalto – antes de Bolsonaro – como uma “casa de demônios”… Lula e Dilma foram os antecessores do marido e “responsáveis pela diabruras” que, segundo ela, teriam identificado o Palácio do Planalto (e o da Alvorada) antes da adesão desses espaços ao
presidente atual. Glória a Deus…???

Muito importante – dir-se-ia até vital – no processo de redemocratização do País, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) , que reúne o episcopado católico, tem lançado notas de críticas à administração federal. Sem nominar, em seus manifestos, Bolsonaro. O que é bobagem, tal claro fica o endereçamento das observações críticas de um clero cada vez mais identificado com a linha de uma Pastoral Social moderada.

Claro que Lula, mesmo contando com um pequeno percentual de eleitores evangélicos, está atento a essa realidade em que o transcendental  parece comandar o processo eleitoral. Hoje tem até um pastor, Marcello, que lhe passa as luzes desse universo crente.

Lula e Janja

Petista mostra  dar importância nunca dantes dimensionada ao mundo religioso, como agora. Um exemplo desse olhar atento do petista tão vergastado por atos de corrupção em seu governos, é que já fala até em adotar algum tipo de Teologia da Prosperidade. É aquele bloco de conceitos teológicos nascidos nos anos 1930 (ou 20?) nos Estados Unidos, gravando: “Deus é fiel. Quem o serve não será decepcionado, suas bênçãos se mostrarão já nesta terra, como riquezas também materiais”. A Teologia da Prosperidade tem seu pontyo alto de referência no Brasil igrejas como a Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo.

Qualquer análise do fenômeno religioso no Brasil terá de considerar certas sutilezas marcadas – mesmo de forma indelével – pelas matrizes católicas do Brasil. Assim, por exemplo, as promessas – como recompensa a bênçãos suplicadas – estão em certos cultos, da mesma forma como assemelhados a sacramentais católicos. Caso de águas milagrosas… E “óleos” santo de Israel…

Não se tem notícias de que a CNBB se movimente muito para combater ou enfrentar esse avanço evangélico. Mesmo diante de surpresas, como o então outrora devoto Jefferson Cesar, antigo filho da Virgem, anunciar ter-se convertido ao mundo crente, mesmo caminho tomado pelo ex-governador, cassado por improbidade, Wilson Witzel, que, pouco antes  de perder o mandato na Assembleia Legislativa, declarou-se também convertido ao universo evangélico.

Witzel foi substituído – ora, pois, pois – por uma católico da Renovação Carismática, governador Nunes que já operas “milagres”. O mais recente deles, o de ter criado “empregos” para 22 mil pessoas por meio de uma fundação fajuta, contemplando boa parte de foras da lei, muitos deles vivendo segregados em presídios. Com detalhe: empregos sem contrapartida de trabalho ao Estado…

O exemplo do católico cantor gospel do Rio, o governador Nunes, apenas prova de que os homens podem estar olhando para os céus. Mas não descuidam de montar seus tesouros na Terra, uma reino que eles conhecem bem…

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