quinta-feira, 13 novembro, 2025
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Senado desfaz decisão da ANS sobre “rol taxativo” de planos de saúde

Plano de saúde

Diário do Poder

O Senado aprovou na tarde desta segunda-feira (29) o projeto que derruba o chamado “rol taxativo” dos planos de saúde (PL 2.033/22). Este ano, a agência “reguladora” da saúde suplementar (ANS) havia desobrigado os planos de bancar tratamentos que não estejam numa lista da própria ANS, após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Agora os planos de saúde poderão ser obrigados a financiar tratamentos que não estejam na lista mantida pela ANS. O projeto veio da Câmara dos Deputados e foi aprovado sem mudanças. Sendo assim, ele segue agora para a sanção presidencial.

O “rol taxativo” vem de uma interpretação da lei que rege os planos de saúde (Lei 9.656/98). Ela diz que a cobertura dos planos deve ser estabelecida pela ANS, que mantém o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde (Reps).

Em junho, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) havia julgado que os planos só estariam obrigados a financiar tratamentos listados no Reps.

“REFERÊNCIA BÁSICA”

O projeto de lei apresentado em reação à decisão do STJ determina que o Reps será apenas a “referência básica” para a cobertura dos planos de saúde. Um tratamento fora da lista deverá ser aceito, desde que ele cumpra uma das seguintes condições: tenha eficácia comprovada cientificamente; seja recomendado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec); e seja recomendado por pelo menos um órgão de avaliação de tecnologias em saúde com renome internacional.

O senador Romário (PL-RJ), relator do projeto, registrou o grande público nas galerias do Plenário para acompanhar a votação. Ele destacou que a causa reuniu famílias e entidades de defesa do direito à saúde, e classificou a decisão do STJ como “injusta” e “a pior possível”.

“Hoje é um dia histórico, um dia em que a sociedade brasileira se mobiliza e vence o lobby poderoso dos planos de saúde. O rol taxativo é o rol que mata. Vidas humanas importam e a ninguém pode ser recusado um tratamento de saúde”, afirmou Romário.

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