quinta-feira, 13 novembro, 2025
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Brasileiros gastam mais com carro do que com educação

Pesquisa revela que famílias dedicam 11,5% da renda aos gastos com veículo próprio e apenas 3,4% na soma de educação, calçado e vestuário. Professor do UniCuritiba explica o comportamento dos consumidores

 

Por Marlise Groth – Jornalista

Os brasileiros gastam mais de 25% da renda com habitação, incluindo água, luz, gás, imposto e aluguel. Já os gastos com o carro próprio consomem 11,5% da renda familiar, à frente de supermercado (10,5%), medicamentos e saúde (6,6%) e alimentação fora de casa (4,6%). A educação, vestuário e calçados, juntos, correspondem a 3,4% do orçamento.

Os dados constam no estudo IPC Maps 2022, que projeta um crescimento menor do que 1% no consumo nacional deste ano, índice abaixo da expectativa. No ranking dos 50 maiores municípios brasileiros – que
juntos somam R$ 2,2 trilhões ou 39,5% do que é consumido no país – Curitiba se mantém na sexta posição, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Salvador.

Doutorando em Administração e especialista em Marketing, Sérgio Czajkowski Júnior explica a projeção tímida e o comportamento dos consumidores. “Estamos vivendo agora os desdobramentos da pandemia, que criou gargalos no processo produtivo brasileiro, gerou problemas de reposição no estoque de muitas empresas e elevou os preços para o consumidor final. Tudo isso associado ao processo global de crise, oscilação do dólar e do euro, inflação e desemprego levou a mudanças no consumo”, analisa.

Na avaliação do professor do UniCuritiba – instituição que faz parte da Ânima Educação, uma das maiores organizações de ensino superior do país -, o fato de os brasileiros gastarem pouco com educação é resultado, entre outros fatores, da falta de disciplinas que ensinem, ainda no ensino médio, a importância do planejamento estratégico.

“Muitas empresas e profissões não demandam diploma e as pessoas acabam escolhendo formas alternativas e gratuitas de conhecimento, em detrimento da graduação ou pós-graduação. Isso reduz consideravelmente o investimento das famílias em educação”, explica Sérgio, que também é consultor nas áreas de Marketing, Vendas e Planejamento Estratégico

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