sábado, 15 novembro, 2025
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Neurologista desvenda mitos e verdades sobre o Alzheimer

Segundo a OMS, cerca de 50 milhões de pessoas no mundo contam com algum tipo de demência, sendo o mal de Alzheimer a mais comum

 

Considerado o órgão mais poderoso do corpo humano, o cérebro é capaz de comandar reações, movimentos e sensações. No entanto, alguns hábitos do dia a dia podem impactar sua funcionalidade, ocasionando inúmeras doenças que causam, entre outras coisas, o esquecimento.

O neurologista Maurício Lobato, que atua no AME Itu, gerenciado pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, desvenda os principais mitos e verdades sobre o Alzheimer, doença neurodegenerativa e progressiva, que afeta, majoritariamente, pessoas acima de 60 anos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo contam com algum tipo de demência, sendo o mal de Alzheimer, como é chamado, a mais comum.

Ainda sem cura descoberta, a doença impacta na memória, linguagem e percepção do mundo, provocando alterações no comportamento, personalidade e humor das pessoas.

Confira algumas das principais questões sobre o assunto:

É possível evitar Alzheimer com leitura?

Verdade. O hábito regular da leitura pode ser considerado um fator de proteção contra o desenvolvimento de doenças da memória, como o Alzheimer, assim como pessoas com mais anos de estudo e uma escolaridade mais elevada possuem menor chance de desenvolver a doença.

“Além da leitura, é recomendável que as pessoas incorporem à sua rotina outros hábitos neuroprotetores para a memória e demais funções cognitivas, como a prática regular de atividades físicas e o consumo de alimentação adequada à prevenção de doenças”, reitera o especialista.

Esquecer as coisas indica Alzheimer?

Mito. O sintoma de esquecimento é normal e cotidiano para a maioria das pessoas. O problema ocorre quando este esquecimento se torna disfuncional, atrapalhando as atividades da vida diária e levando a interferências no trabalho e nas relações interpessoais.

Quando isso acontece, é essencial procurar um médico neurologista, que realizará uma avaliação diagnóstica, onde o risco de diversas doenças será avaliado, inclusive o de Alzheimer.

Jovens também podem ter Alzheimer?

Mito. É muito raro que pessoas jovens desenvolvam o mal de Alzheimer, já que o mais habitual é que pessoas mais velhas – geralmente após os 60 anos – apresentem os sintomas da doença.

Conforme o especialista, estima-se que cerca de 10% da população idosa apresente sintomas da doença. “O percentual aumenta progressivamente em faixas etárias mais elevadas.”

Pessoas com Alzheimer esquecem tudo sobre sua vida antes da doença? 

Mito. No Alzheimer, o esquecimento geralmente é relacionado a fatos recentes e cotidianos, preservando memórias do passado distante, bem como eventos da infância e juventude. No entanto, à medida em que a doença progride, pode haver também esquecimentos para fatos do dia a dia.

“É importante destacar que, durante a doença, pode ocorrer o comprometimento de outras funções cognitivas, atenção e linguagem, assim como eventuais alterações de ordem comportamental e de humor”, alerta.

Cuidadores e familiares também precisam de auxílio para conviver com a doença?

Verdade. A doença de Alzheimer é complexa e envolve outros aspectos da vida do paciente, além dos clínicos.

“Trata-se de uma doença que também impacta a vida de todos ao redor, desde familiares e cuidadores, até os amigos mais conhecidos ou os de âmbito socioeconômico. O Alzheimer interfere na saúde física e mental e nos relacionamentos interpessoais. Até mesmo questões jurídicas podem ocorrer.”

Corpo e mente em equilíbrio 

Dr. Lobato alerta para a importância dos cuidados com a saúde da mente e do corpo, mantendo hábitos fundamentais para a prevenção de doenças da memória, como o mal de Alzheimer.

Conforme o médico, é importante compensar doenças crônicas, dentre elas o diabetes, pressão alta e colesterol elevado, bem como combater a obesidade, sedentarismo e hábitos tóxicos ao cérebro, como consumo de álcool e tabagismo.

“Preservar o estímulo intelectual e o bem-estar psíquico, além de manter boa qualidade do sono, também são medidas valiosas e que podem auxiliar seu cérebro, preservando funções cognitivas como a memória. Juntos, estes hábitos garantem maior qualidade de vida na idade mais avançada”, finaliza o especialista.

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