segunda-feira, 17 novembro, 2025
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Mortes: Maranhão e Varassin partiram…

Mário Camargo Maranhão (1939-2022)

A semana começa com o aviso pronto, no cedo desta segunda-feira, colaboração do jornalista Walter Werner Schmidt, informando-me de duas mortes, no domingo: o cardiologista Mário F. Camargo Maranhão e Raul Varassin, jornalista-raridade, com um amplo portfólio em redações em Curitiba, Rio, São Paulo, Belo Horizonte.

Vi o começo da vida profissional de Maranhão, pois dividíamos a redação e as paixões jornalísticas no antigo Diário do Paraná, Cadeia Associada, na Rua José Loureiro, 111. Pouca diferença de idade nos separava, mas Maranhão já estava na luta. Dividia-se entre a redação do DP, e aulas na UFPR e Hospital de Clínicas.

De certa forma, Mário Maranhão era mal aproveitado no DP, ocupando-se apenas de resenha social, a partir de clubes da cidade e suas programações. Creio que isso foi até maneira de apoiá-lo, ideia do Ayrton Luiz Baptista. Tenho de reconhecer, no entanto, que foi produtivo aquele convívio, num ambiente em que a troca de ideias e as informações nem sempre publicadas (tempos dos Anos de Chumbo) nos enriqueceram em
tempos de censura política “braba”.

Maranhão foi personagem de meu livro Vozes do Paraná. Revendo o perfil que tracei dele, encontro-o infatigável numa tentativa de entrevistar Jânio Quadros. Isso dentro de um elevador do Hospital de Clínicas; o repórter não descansava e ele era nosso ponto de apoio no meio universitário de uma Curitiba ainda provinciana…

Como ser humano raro, e profissional de rara dimensão, Maranhão foi-se impondo no mundo da Cardiologia. Presidiu congressos cardiológicos no Brasil, e mostrou sua ampla dimensão de negociador na política médica, ao presidir a Associação Mundial de Cardiologistas, com sede em Londres.

Raul Varassin (1945-2022)

Já Varassin me vem a memória no mesmo Diário do Paraná, onde expunha sua enorme capacidade de cobrir eventos, com preferência os políticos. Militante de um dos partidos então na ilegalidade, agia como alguém que nunca deixou a ideologia esconder ou superexaltar o fato jornalístico. Lá esteve por poucos anos, sendo Paulo Marins de Souza, Paulo Lepca, e Jorge Narozniak entre seus parceiros mais constantes.  Personagem que se impôs como redator e repórter em TVs do país.

Jorge Narozniak
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