Professor, esse instituto de pesquisa é confiável? Nunca ouvi falar nele, não que a gente espere alguma mentira ou desonestidade do Moro, né? Afinal, um sujeito que corrompeu o sistema judiciário, que provocou um desastre econômico, que ao servir Bolsonaro trocou o comando da Funai – ou seja, é peça importante no processo que leva ao assassinato do Bruno e do imenso jornalista Dom Philips -, que mente até ao dizer que leu livro que não leu…
Surpreende um mestre do nosso jornalismo reproduzir de boa fé uma pesquisa que, a meu modesto ver, tem tudo para ter números forjados… “Instituto Real Time Big Data”?
Luca Rischbieter – Via Facebook – Curitiba
RESPOSTA
Caro Luca, a diferença que separa o meu trabalho da opinião dos leitores de redes sociais é mais ampla, digamos, ela é democrática. Como jornalista, tenho frequentemente que acolher opiniões, às vezes exageradas, ou marcadas por omissões e até mentiras. Por isso, cito sempre as fontes.
Presto serviço acolhendo opiniões até de desafetos pessoais, como um ex-governador do antigo MDB, que muitas vezes quis me expor ao ridículo, em face de ter sido contrariado por mim. Ele agiu assim também contra sua mãe, Fanchette, uma das inimizades de estimação do ex-governador, mulher ímpar a quem Curitiba muito deve pela revolução urbana de JL.
Divido com vocês minhas preocupações com as chamadas pesquisas eleitorais. A citada, que coloca Moro vencedor no Paraná, é perfeitamente legal: tem registro do TER-PR, condição básica para, de alguma forma ser considerada por avaliadores eleitorais. No mínimo, pode entrar no rol das curiosidades pré-eleições. A propósito: lembro que aquela empresa de pesquisa, popularmente conhecida como DataPicler, foi a única no Paraná a prever a vitória de Bolsonaro, em 2018. Foi levada em conta pelos meios de comunicação, na época?
Concordo com o leitor Luca: faltou uma exposição crítica e comparativa dessa com outras pesquisas. Trabalhando sozinho, com o apoio de um jornalista que posta as colunas, cada vez me ressinto mais de fazer esse jornalismo de opinião. Ontem, dia 28, por exemplo, conseguiu dar aperitivo sobre o mundo gay de Curitiba, anos 1960/70, a propósito do Dia do Orgulho Gay…
Hoje em dia, “escolhi”, por sua enormidade de desmandos que pratica na Prefeitura, em meio às louvações de seus áulicos, o alcaide Greca. Ele, lamento recordar, foi basicamente criado por Jaime e Fani Lerner, Fanchette e Karlos, seu pai, caro Luca. E a eles deu o troco, associando-se a Roberto Requião.
Se quiser colaborar, sujeitando-se às minhas avaliações opinativas, será um prazer acolhê-lo. Especialmente agora quando abro exceção: não costumo responder tão amplamente como agora o faço às redes sociais. Exceção apenas porque gente muito especial, como você sua irmã, a querida e injustiçada Mônica, são merecedores de todo respeito.
Por último: não se pode esquecer que, por exemplo, a eleição do Bolsonaro, aqui no Paraná. Pois apenas o “DataPicler” acertou na vitória de Jair. Ninguém dava muita bola para o Instituto.
Obrigado pelo Mestre, é bondade dos amigos como você.
Quanto a Moro, partilho de boa parte de suas opiniões a respeito do ex-juiz e as dúvidas que deixou nas sentenças da Lava Jato..
Grato,
Aroldo Murá G. Haygert
Entenda o caso: