terça-feira, 18 novembro, 2025
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Juiz sob suspeita livrou o “Escobar brasileiro” da prisão em 1997

Sérgio Roberto de Carvalho, o ex-major da PM-MS que foi preso na Hungria sob acusação de tráfico de drogas. No destaque, reportagem sobre manipulação de habeas corpus. Foto: Reprodução- Folhapress

Folha de S.Paulo

Em novembro de 1997, o major Sérgio Roberto de Carvalho, o Escobar brasileiro, teve prisão preventiva decretada com a apreensão, em sua fazenda no Mato Grosso do Sul, de 237 quilos de cocaína, aviões, veículos, munições e equipamento de informática.

O juiz federal Pedro Pereira dos Santos, de Campo Grande (MS), condenou o ex-oficial do Estado-Maior da Polícia Militar do MS a 15 anos de reclusão em regime fechado e a mais um ano e seis meses em regime aberto.

Houve a impetração de um habeas corpus no TRF-3. A relatora, desembargadora Suzana Camargo, analisou o pedido de liminar e negou. Entendeu que não era o caso de soltura. Durante o recesso, ela soube que o major havia sido solto por decisão do desembargador Paulo Theotonio Costa, do TRF-3, suspeito de manipular a distribuição de habeas corpus.

Os fatos foram revelados por Suzana Camargo em depoimento ao juiz Caio Marcelo Mendes de Oliveira, então titular da 23ª Vara Cível. Estão narrados no livro “Juízes no Banco dos Réus” (Publifolha).

A desembargadora foi testemunha em ação de indenização proposta por Theotonio Costa contra a Empresa Folha da Manhã S.A., que edita a Folha. Em 2008, em votação unânime, a 9ª Câmara de Direito Privado do TJ-SP rejeitou o pedido de indenização.

Reportagens do editor deste Blog revelaram, em 1999, que Theotonio Costa ostentava um patrimônio que contrasta com o padrão comum dos juízes brasileiros. Era proprietário de um conjunto residencial de sete prédios e de uma fazenda, em Campo Grande (MS), apartamentos em São Paulo e dois imóveis num condomínio fechado, no Guarujá.

Leia a reportagem na íntegra

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