
Dia 14 de junho de 2022 realizou-se nas dependências da Câmara Municipal de Curitiba audiência pública da Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito. A explanação iniciou-se com a palavra do secretário que, de maneira comedida e objetiva, tentou demonstrar o organograma da secretaria. Em seguida, falou a poderosa Rosangela Battistella, que como se sabe é quem efetivamente manda na secretaria; ela controla todos os recursos arrecadados com multas. A engenheira, com “faca nos dentes”, enfrentou todas as perguntas dos vereadores.
Alguns vereadores, muitos dependentes dos pedidos de sinalização e lombadas executados pela Setran, resumiram suas manifestações apenas a elogiar os servidores da Urbs S/A demonstrando fidelidade às regalias da gestão. No anúncio do Vereador Tico Kusma, foi mencionados toda a equipe dirigida por Rosangela, citando-se os Diretores Maurício Razera, Pedro Darci, Herick Dal Gobbo e o Regis Nishimoto. Este último, Regis Nishimoto, anunciado como Diretor da Setran, já foi diretor da atual contratada Perkons, empresa proprietária dos radares de Curitiba, situação que a princípio não levantou qualquer questionamento do Órgão legislativo fiscalizador. Da visualização da audiência não se notou o comparecimento da outra parte da secretaria, em especial a guarda municipal.

DOS DESTAQUES
Pode-se dizer que alguns vereadores se destacaram no papel de questionar e exigir respostas da Secretária de Trânsito de Curitiba. Foram eles: Flávia Francischini, Denian Couto e Professor Euler.
Flávia indagou sobre os estudos técnicos para instalação dos radares, apontando grave irregularidade dos estudos técnicos da prefeitura, os quais não atendem aos requisitos legais e não cumprem a regulamentação de trânsito. Em resposta, limitou-se a superintendente a dizer que existem estudos técnicos e os mesmos estão “regulares”; contudo, não especificando a data dos estudos, número de acidentes, sendo totalmente lacunosa a resposta tentando transparecer como um ato técnico, não sujeito a questionamento por uma vereadora.

Professor Euler fez uma prova contundente da existência da indústria da multa de Rafael Greca, demonstrando que o termo foi criado pelo próprio prefeito Municipal Rafael Valdomiro Greca de Macedo. Euler como bom conhecedor de números, corrigiu os cálculos realizados e divulgados pela Superintendente de trânsito os quais buscavam minimizar o número de autuados em Curitiba.
Já Denian Couto foi o mais incisivo dos vereadores e demonstrou sua indignação, em especial que alguma coisa estava errada em um único radar da Linha Verde ter lavrado 13 mil multas, isto não é normal. Ressaltou que a população sabe do verdadeiro interesse arrecadador da indústria da multa.
Rosângela respondeu a todos dizendo que não existe indústria da multa, sendo dura e seca em sua fala, especialmente quando afirmou que os 13 mil autuados na Linha Verde “são uns irresponsáveis”

DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL
A Linha verde é circunscrição da Polícia Rodoviária Federal que delegou à Setran a possibilidade de emitir multas. Segundo um Policial Rodoviário Federal indignado com a fala da superintendente, “essas infrações deveriam ser declaradas irregulares devido a erro e confusão na implantação da sinalização de trânsito e dos estudos técnicos” E mais: . Salientou ainda que dentre os “irresponsáveis autuados” estariam em torno de 7 (sete) policiais rodoviários federais e outras autoridades de trânsito, os quais, diante da confusa sinalização, também foram autuados e podem perder a carteira de motorista.
E A GUARDA MUNICIPAL?
Também foi notada a ausência da Guarda Municipal de Curitiba, que não teve um papel merecidamente de destaque na audiência. Neste aspecto o destaque ficou para fala da Superintendente de Trânsito, que defendeu a existência dos seus agentes de trânsito, visto que são especializados, destinados especificamente a atuar no trânsito, ao contrário dos Guardas Municipais que acumulam outras tarefas.
Para quem quiser ver o inteiro teor da audiência segue o link https://www.youtube.com/watch?
