
Isso me faz lembrar minha entrevista inesquecível, com o fundador dos restaurantes, que publiquei em 1960
As “fake news” e assemelhadas andam fazendo o diabo – derrubando reputações, separando famílias, gerando inimigos em todas as latitudes, sob as mais surpreendentes pretextos. No momento, boa parte da Curitiba que se preocupa com a alma da cidade, acompanha, estupefata, o “inferno astral com que essa distorção da web vai causando”.
É o caso claro do imbróglio, “fake news” escarrada, que se impôs nas redes sociais, com a finalidade alvo de ferir um dos mais sólidos símbolos de Curitiba, os restaurantes da família Madalosso, de Santa Felicidade.
Segue breve memória do fato: dia 11 deste mês, o midiático Beto Madalosso, rebento da família, e que se intitularia “comunista de iPhone” -, teria dito em entrevista à imprensa que não aceita clientes bolsonaristas nos restaurantes (no caso, da família). Foi um terremoto, que, esclareça-se, Beto tratou de desmentir, especialmente ontem, 13. Disse que nunca discriminou clientes, que seu negócio está aberto a consumidores de todas as ideologias e partidos.
Observe-se que no caso do que é atribuído a Beto Madalosso, escrevi, antes de ler o desmentido, no condicional. Suspeitava ser “fake” a causa desse rebuliço que movimentou sua família, que faz circular desmentido nas redes, dizendo justamente o contrário. Para os pais de Beto, a empresa nunca separou seus clientes por ideologias, por cores políticas.
Ao mesmo tempo, o deputado Ney Leprevost manifestou-se em solidariedade aos Madalosso, ao lembrar o papel “histórico” dos restaurantes na vida de Curitiba, como até ponto de atração turística e forte indutor do desenvolvimento de Santa Felicidade e adjacências.
A família Madalosso, dona dos gigantescos restaurantes de Santa Felicidade, distribuiu mensagem pela (web, leia abaixo) esclarecendo sua posição diante do bla-bla-blá.
Beto Madalosso, esclareça-se, tem seu negócio próprio, a Forneria Carlo, no Água Verde.
“PROVIDÊNCIAS LEGAIS”
Em seu perfil no Instagram, Beto Madalosso postou a mensagem que segue:
“Convivo dia e noite com bolsonarista, desde a turma da natação (que perdem pra mim há anos), grupos de empresários, amigos, melhores amigos, parentes, bicho, eu estou em Curitiba, isso aqui é a Bolso Land! Não tá fácil ter pensamento próprio.
Agora, não é por isso que deixo de criticar esse governo, baseado em fatos que saem na imprensa, e como tem. Faço isso há muito tempo, aliás, desde o surgimento das redes sociais, quem me conhece sabe.
E sabe também que fake news é crime e deve ser tratado como tal. Recebi diversos prints dessas mensagens e estou tomando providências legais”.

“CONCORRÊNCIA NEM SEMPRE SANTA”
O jornalista e memorialista dos meios de comunicação paranaenses, Walter Werner Schmidt, me presenteou com uma grande alegria ano passado: em suas pesquisas no mundo digital que a Biblioteca Nacional colocou à disposição dos pesquisadores, encontrou uma reportagem por mim assinada, no Diário do Paraná, de 21 de janeiro de 1968.
O título da matéria não poderia ter sido mais oportuno: “A concorrência nem sempre santa à felicidade do velho”. Foi um momento raro, em que o cabeça da família, o fundador Antonio Domingos Madalosso, lutando para que seu restaurante se consolidasse, desancava alguns concorrentes. Seu alvo eram os gaúchos que traziam uvas e vinhos do RS, num concorrência braba com os parreirais e o vinho da casa.
Naqueles dias, o Restaurante Madalosso começava a ser parte inarredável da vida curitibana.
