
O blend especial da marca Sabiá, produzido em São Paulo e no Rio Grande do Sul, entrou no TOP 10 do concurso espanhol Evooleum
O Estado de S.Paulo
Um feito inédito surpreendeu o universo da olivicultura no último mês. Um azeite brasileiro foi eleito um dos 10 melhores do mundo em um prestigiado concurso internacional. O blend especial da marca Sabiá, produzido em terras tupiniquins, figura na lista deste ano do concurso espanhol Evooleum ao lado de quatro azeites italianos, quatro espanhóis e um da Croácia.
O azeite extravirgem enviado para a competição é da safra deste ano, a terceira da marca que surgiu, em 2014, da paixão pela olivicultura da jornalista Bia Pereira e do administrador e publicitário Bob Vieira da
Costa. O concurso espanhol lista todos os anos os 100 melhores azeites do mundo – e reúne um júri de peso para a avaliação.
A produção é feita na Serra da Mantiqueira, em São Paulo, e no município de Encruzilhada do Sul, no Rio Grande do Sul. Nas fazendas são plantadas as variedades Arbequina (R$ 80 a R$ 100, 250ml) e Arbosana (R$ 80 a R$ 100, 250ml), de origem espanhola, e Koroneiki (R$80 a R$100, 250ml), da Grécia.
A gente mandou com uma expectativa de eventualmente entrar nos 100 melhores, mas nunca imaginávamos que teria essa performance”, conta Bia. Mas essa não é a primeira vez que a marca ganha destaque em grandes concursos. Seu azeite já foi eleito o Melhor Azeite Médio Frutado do Mundo, pelo Guia Italiano Lodo Guide, e como Melhor Azeite do Hemisfério Sul, do rigoroso concurso italiano Leone D´Oro.
Por trás do sucesso, há um cuidado nos mínimos detalhes que envolvem a plantação, a colheita e a extração do azeite – processos que ditam o sabor do produto final. Aliás, frescor é a palavra-chave na produção. “O azeite é um suco de fruta, então quanto mais fresco, melhor”, resume Bob.
Isso exige esforço porque a azeitona é fruta não climatérica, ou seja, não amadurece fora do pé e começa a se deteriorar assim que é extraída. Para preservar suas melhores qualidades, controlar a temperatura é essencial. No caso da marca, dispõem de um caminhão frigorífico ao lado da plantação durante a colheita, que é feita no verão, para que o fruto não seja impactado. “O calor é inimigo da azeitona”, pontua Bob.
O ponto certo da colheita também é importante. Para produzir este azeite, é preciso colher o fruto dentro de uma janela de, no máximo, um mês a partir do ponto de maturação, quando ele começa a ficar ideal para ser retirado do pé. “Quanto mais maduro, ele vira um outro azeite, com menos polifenóis, outras sensações de aromas. Esse azeite que a gente faz exige a colheita da azeitona o mais rápido possível”, explica Bia.
AZEITE FRESQUÍSSIMO
Há outro aspecto na questão do frescor: o acesso do consumidor aos produtos de fato mais frescos. No mercado, explica Bob, é de costume ter o azeite extravirgem europeu, que geralmente chega aqui de uma, duas ou até três safras atrás. Para ele, é esse o grande diferencial de um azeite nacional. “O azeite brasileiro é fresquíssimo, está superpotente, nas melhores condições de sabor e aroma. Ele está pleno”,
