Conhecida por processar pagamentos para gigantes como Spotify, Aliexpress e Uber em moeda local, startup quer ampliar prestação de serviços a pessoas físicas
(Fonte: O Estadão de 16-12)
A startup curitibana Ebanx anunciou ontem a compra por R$ 1,2 bilhão da Remessa Online, fintech brasileira especializada em serviços de remessas internacionais para pessoas físicas e pequenas e médias empresas (PMES) – é o maior negócio da história do Ebanx. Com a aquisição, a empresa ganha uma nova divisão de remessas, que passa a atender também clientes de grande porte. Além disso, a Remessa Online seguirá com a parceria com o Nubank, anunciada em julho, para transferências bancárias internacionais no app do banco digital.
Wagner Ruiz, cofundador do Ebanx, explica que a aquisição é mais um passo na estratégia de crescimento do unicórnio curitibano, que olha para além do e-commerce. “Há muitas companhias que fazem remessa internacional, muitas que fazem pagamentos, mas não existe ninguém que consolide o mercado de pagamentos internacionais, seja para usuário final ou para companhias”, afirma o executivo, em entrevista ao Estadão.

NICHO
Fundada em 2016, a Remessa Online tem como principal mercado profissionais como designers e desenvolvedores que prestam serviços para o exterior – um dos nichos de atuação da fintech é o mercado de produção de conteúdo, em que influenciadores recebem a monetização de plataformas digitais em dólares. Para Diego Perez, presidente da Abfintechs, a estratégia do Ebanx conversa com um panorama maior: “As fronteiras estão cada vez mais invisíveis no mundo digital, principalmente após a pandemia. É comum empresas brasileiras contratarem desenvolvedores de outros países e terem operações fora do País sem escritórios. Mas isso envolve pagamentos transfronteiriços”. No mercado de transferências internacionais, a Remessa Online compete no Brasil com nomes como a empresa britânica Wise.
Para Alexandre Liuzzi, cofundador da startup, a Remessa Online tem a seu favor o conhecimento nativo. “O Brasil tem muitas exigências regulatórias e processos de registros, e entendemos de perto a dor do cliente”, afirma. A aquisição ocorre enquanto a Ebanx se prepara para a abertura de capital: em outubro, a empresa deu entrada no pedido de IPO, segundo a Bloomberg. Ruiz afirma que “independentemente de IPO, o acordo contribui para o crescimento do Ebanx”.