quarta-feira, 25 junho, 2025
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Lira Neto entre nós, para falar de Getúlio Vargas

Lira Neto e Clémerson Clève
Lira Neto e Clémerson Clève

A UniBrasil (leia-se Clémerson Clève) desenvolve, com alguns parceiros, como o Graciosa Country Clube, um programa cultural muito valioso: traz periodicamente a Curitiba alguns pensadores, escritores, sociólogos, historiadores para conferências (seguidas de debates) que se desenvolvem no Graciosa, sob a bandeira da biblioteca do clube.

Uma das notáveis presenças, por exemplo, ano passado, foi Luiz Felipe Pondé, colunista da Folha de São Paulo, professor da PUCSP, um dos pensadores brasileiros mais instigantes e cujas posições sempre geram debates.

SEM MEDOS

Pondé não tem medo de assumir posições, como, por exemplo, as contra o radicalismo belicoso disfarçado de islamismo, as ideias baratas de um esquerdismo de passeatas e postulados “prêt-à-porter”, os arroubos de certos teólogos cristãos em matéria política, os descalabros do Governo brasileiro. E tem posições seguras sobre temas mundiais das quais não arreda, indo até contra a maré reinante no país.

“O cearense, profissional do jornalismo que conquistou a inteligência do país com suas biografias de grande fôlego, vem para expor seu pensamento e seu trabalho consolidados na trilogia em que biografa Getúlio Vargas. A obra é imperdível para quem pretende conhecer o Brasil do século 20.”

É, por exemplo, um acendrado defensor do direito de o estado de Israel existir e se impor; e também, alguém que não teme expressar sua perplexidade diante de uma sociedade materialista e cada vez mais secular.

Mas Pondé, entenda-se, não professa religião e pode ser classificado – talvez – apenas como “um agnóstico”. Mas tem simpatias pelo catolicismo e pelo judaísmo, isso é visível em seus textos.

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Agora fico sabendo pela professora Wanda Camargo –  emérita da UFPR, engenheira, escritora voltada a temas educacionais, parte essencial no grupo que como a UniBrasil – que em fevereiro, dia 25, o convidado para falar no Graciosa será o jornalista e escritor Lira Neto.

A escolha de Lira Neto (exclusivo da Companhia das Letras) é oportuníssima. O cearense, profissional do jornalismo que conquistou a inteligência do país com suas biografias de grande fôlego, vem para expor seu pensamento e seu trabalho consolidados na trilogia em que esmiúça vida e obra de Getúlio Vargas. O que foi uma obra ciclópica. A trilogia é imperdível para quem pretende conhecer o Brasil do século 20.

“Para estudantes de jornalismo e jornalistas em geral recomendo: falem com Lira Neto sobre a profissão. Ele é bom exemplo de que o diploma de Jornalismo não mais significa emprego com carteira assinada.”

E ouvir e dialogar com Lira Neto será oportunidade rara.

A biografia de Getúlio Vargas foi tarefa desse gigante, intelectual organizado, metódico, com amplo sentido da pesquisa, capaz de levantar minúcias da vida do personagem que é tido como o mais carismático dos homens públicos brasileiros, aquele que “tocou” o processo de urbanização e de industrialização do país, a partir de 1930. Igual a ele, em ressonância popular, só JK.

PADRE CÍCERO

Padre Cícero Romão
Padre Cícero Romão

Pretendo estar lá, dia 25. Afinal, como perder a oportunidade de questionar o jornalista e escritor sobre a obra e a “alma” de outro brasileiro que movimentou grande parte do país e até agora é um dos heróis e santos da devoção popular, como padre Cícero Romão.

O padre cearense, político, personagem controverso da vida do Nordeste, morreu com fama de santo. É um ‘santo canonizado’ pela devoção do povo simples do Nordeste.

A biografia de padre Cícero –que agora a Igreja Católica Romana revê, com olhar benevolente – é um dos primeiros livros de Lira Neto. Desconheço alguma pesquisa, mesmo universitária, que tenha rivalizado com a do jornalista no desvendar os dias e os fatos que cercaram a vida desse santo nordestino, articulador político, fazendeiro, personalidade que, de fato, não ajudou a mudar as condições de pobreza e ignorância de seus devotos.

Uma pergunta para Lira responder: quando ele se debruçará sobre a Guerra do Contestado?

Para estudantes de jornalismo e jornalistas em geral recomendo: falem com Lira Neto sobre a profissão. Ele é bom exemplo de que o diploma de Jornalismo não mais significa emprego com carteira assinada.

Pelo contrário, a formação universitária na área abre inúmeros caminhos. Um deles, escrever biografias.

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