
Ainda dos bate-bocas na Câmara: o discurso do vereador Renato Freitas, jovem petista, segundo o qual Curitiba é cidade racista, mereceu reparos de outros vereadores.
Um deles, Eder Borges, foi direto: “Recuso-me a aceitar que minha cidade seja racista…” Quem concordou em gênero, número e grau com Freitas foi a também petista Carol Dartora, negra, como Renato. Eu acredito que Curitiba não é nem mais nem menos racista do que o resto do Brasil, com um racismo disfarçado, às vezes até sob gentilezas. A cidade ainda vive dentro daquilo que os sociólogos chamam de “racismo estrutural”.
É racista contra negros, bolivianos, paraguaios, mulatos…” Mas sobretudo discrimina o pobre, o anawin bíblico”, segundo me observa padre Cláudio. Não me surpreendo com essa discriminação: se a maioria do povo brasileiro é composta de negros e mestiços – e, eles são no geral pobres -, o que se tem, ante é uma discriminação sócio-racial fortíssima. Mais visível no Sul, é verdade, do que no resto do país.