
Por Judas Tadeu Grassi Mendes (*)
É importante que a sociedade paranaense saiba que o Conselho Universitário da UFPR, liderado pelo atual Reitor Ricardo Marcelo Fonseca e candidato à reeleição, está para praticar nesta semana (dia 30) um golpe antidemocrático, vergonhoso e inaceitável. Acontece que o prof. Ricardo participou de uma votação virtual, tendo sua vice-reitora Graciela Bolzón de Muniz, e tendo como concorrente o prof. Horácio Tertuliano dos Santos Filho e como vice-reitora a profa. Ana Paula Mussi Szabo Cherobim. Por esta votação virtual, o prof. Ricardo ficou em primeiro lugar e o prof. Horario em segundo lugar.
LISTA DE TRÊS
Acontece que o MEC exige que a UFPR encaminhe uma lista tríplice, ou seja, a composição de três nomes, para que o presidente Jair Bolsonaro escolha um dos três nomes para vir a ser reitor da UFPR, nos próximos quatro anos.
Em condições normais e pela via democrática, e sem nenhum golpe, o correto é que dos três nomes, o prof. Ricardo seja o primeiro da lista e o prof. Horário o segundo nome da lista tríplice. Neste caso, caberia ao Conselho Universitário, órgão máximo da UFPR, composto por aproximadamente 65 pessoas, da UFPR e da comunidade, indicar um terceiro nome, entre os possíveis candidatos inscritos até o dia 28 de setembro, cuja eleição por este Conselho será no próximo dia 30 de setembro (quarta-feira).
CLARO GOLPE
Tendo em vista que o governo Bolsonaro, ciente de que as universidades federais estão contaminadas e dominadas pelo petismo, ao longo das últimas duas décadas, inspirado em Gramsci, que defendia a destruição do ocidente, pela cultura, pela música, pela arte, pela literatura e principalmente infiltrando-se nas universidades, para destruir os valores e crenças judaico-cristãos.
Devido a este domínio petista nas universidades federais, o eleito em primeiro lugar é um professor petista, que se for o escolhido, o MEC (e o governo) sabe que as coisas não mudarão, em especial nas áreas de humanas e de educação, que formam os futuros professores para a educação básica (ensino fundamental e médio). E aí perguntamos: como mudaremos o país, se a educação básica ficará nas mãos de professores com este viés ideológico comunista? Será que isso não explica em boa parte o péssimo desempenho dos nossos estudantes do ensino médio nos exames do Pisa, onde o Brasil está na rabeira mundial?
TUDO CONTRA HORÁCIO
É aqui que entra o golpe do atual Reitor da UFPR. Ele está fazendo de tudo para o que nome do prof. Horácio não venha a compor a lista tríplice, porque ele sabe que o MEC (leia-se o presidente Bolsonaro) pode escolher o nome do prof. Horácio, como um candidato mais conservador e capaz de iniciar mudanças na UFPR, a exemplo do que aconteceu recentemente na UFGRS. Como o MEC sabe que o prof. Ricardo é um nome de oposição ao governo e apoiador do domínio petista, a escolha de um outro nome é provável. Por isso, o prof. Ricardo tem pressionado para que o prof. Horário retire o seu nome.
“SOLUÇÃO” ACHADA…
Como isso não vai ocorrer, arquitetou-se o golpe: o Conselho Universitáro, manipulado pelo atual reitor, escolherá três nomes para compor a lista tríplice, mas excluindo o nome do prof. Horário, via suposta e vergonhosa votação pelos conselheiros. Ao que parece, boa parte dos conselheiros estão se acovardando-se em face do autoritarismo do atual Reitor, via supostas ameaças de corte de verbas para os setores, como também pela perda de funções gratificadas e cargos de direção. Que alunos são usados como massa de manobra da esquerda, é sabido; mas professores? Doutores? Pesquisadores? Com projeção internacional?
RESTA A VIA JUDICIAL
Não há outra alternativa ao prof. Horário, senão a via jurídica, pois ele participou do pleito virtual e ficou em segundo lugar, e, portanto, o nome dele deve constar na lista tríplice como o segundo nome. Caberia ao Conselho Universitário simplesmente escolher um terceiro nome para compor a lista tríplice. A atitude do atual reitor, direto interessado, é vergonhosa e só demonstra como os petistas agem: de maneira antidemocrática, sorrateira e pressionando os conselheiros a não votarem no nome do prof. Horário, eliminando-o da lista tríplice, como meio de o prof. Ricardo ser o escolhido. Uma vergonha este golpe antidemocrático.
(*) JUDAS TADEU GHRASSI MENDES, professor aposentado da UFPR, PhD em Economia, consultor educacional.