Confira manifestações de alunos e professores sobre as demissões recentes na Universidade Positivo

A carta abaixo foi encaminhada por alunos de mestrado e doutorado à ouvidoria da UP (Universidade Positivo) e da Cruzeiro do Sul, relatando preocupação com as mudanças na coordenação:
“Prezados Gestores da Universidade Positivo e do Grupo Cruzeiro do Sul,
Vimos por meio desta manifestar nossa INDIGNAÇÃO com o futuro do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Positivo.
Soubemos do desligamento do nosso Coordenador do Programa, e consideramos uma IRRESPONSABILIDADE dos gestores realizarem tal ação, frente ao currículo do referido professor, resultados e proximidade com a avaliação quadrienal da CAPES.
O professor e coordenador é pesquisador do CNPq e possui o melhor currículo da UP. É o responsável por um grupo de professores que trabalha muito bem em equipe, considerado um exemplo de união e esforço no mercado.
Hoje candidatos ao mestrado, doutorado e pós-doutorado procuram a pós-graduação da UP pelo corpo docente, na busca por profissionais altamente qualificados e de destaque na Odontologia. Foi isso que compramos quando decidimos realizar nossa Pós-graduação na UP, e não é isso o que está sendo entregue para nós. Ressaltamos que o Programa já teve alunos de todas as regiões brasileiras, sendo que atualmente existem alunos de Belo Horizonte, Londrina, Pato Branco, São Paulo, Salvador, Joinville e outras cidades, alunos que vieram buscar a expertise do prof. Flares e do Programa de Pós-graduação que ele construiu. Não aceitaremos isso.
Aguardamos a resposta da Universidade Positivo.
Curitiba, 07 de julho de 2020″.

CORTOU COORDENADORES COM A MELHOR AVALIAÇÃO NACIONAL: NOTA 5
Prezado jornalista,
Obrigado por material tão esclarecedor que você publicou. Como educador – hoje em frentes em novas frentes, como a UTP e UFPR – tenho a seguinte opinião sobre as absurdas demissões na Universidade Positivo, que tão bem conheço: o cérebro por trás desse movimento todo é do atual pró-reitor. A Cruzeiro do Sul está levando a fama, mas a maldade é dele, Roberto Di Benedetto.
Ele está aproveitando a desculpa da venda da UP e da pandemia para demitir pessoas antigas na instituição Acusou e julgou, condenou e executou professores e coordenadores sem chance de nem uma conversa. Não deixou que a Cruzeiro do Sul conhecesse os quadros degolados. Acho que por medo de que pudessem perceber talentos maiores que os dos atuais burocratas dirigentes.
Benedetto está desmontando os dois programas de pós-graduação melhores avaliados (Odontologia e Gestão Ambiental – nota 5 = excelência nacional) da instituição, enquanto deixa intacto o programa que ele mesmo recém criou (Direito – nota 3).
Quanto à sua observação com relação ao Prof. Pio Martins , discordo: ele foi envolvido pelas maquinações do pró-reitor, Roberto Di Benedetto.
Essa teoria de o pró-reitor estar se livrando de talentos fica clara ao se perceber que várias demissões foram de pessoas com maior prestígio que ele, tanto interno, quanto externo. Verdadeiros líderes procuram se cercar de pessoas mais capazes – os mesquinhos, se cercam apenas de medíocres.
A estratégia do pró-reitor Benedetto é criar fatos para minar a credibilidades das pessoas e depois demitir.
MSD, professor universitário – Curitiba
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PROFESSORA ANDREIA
Caro Aroldo,
Vi sua reportagem sobre demissões da UP e gostaria de citar um grande nome pra mim e para diversos alunos da área de medicina veterinária: Dra Andreia de Paula Vieira, que era professora do curso e diretora do Centro de Pesquisas da Universidade.
A demissão dela e de outra funcionária de grande valor cujo o nome conheço apenas o primeiro (Nelin) caracterizou grande revolta e lástima entre os alunos. Um deles era eu, que tinha ela como exemplo de carreira e agora me sinto perdido e sem vontade nenhuma de continuar lá.
Sou bolsista ProUni, estou entre os melhores de nota da minha turma além de participar de diversos projetos voluntários, e mesmo assim me sinto mal com as aulas EaD, das quais não absorvemos nada e ainda tiramos notas ruins pela justificativa de que “a prova tem que ser mais difícil porque colamos”.
Me sinto indignado pois sei que muitos colegas estão assim, inclusive que são considerados destaques não só em classe como no curso e outras comunidades.
A UP entope os professores com prazos mal planejados que, por consequência, nós entopem com conteúdos que sabem que não daremos conta. E mais: num fórum de líderes tiveram a capacidade de dizer que era melhor pra nossa saúde mental do que ficar parado.
A administração da UP não possui um planejamento sequer e ainda “cria banca” de que é tudo para um bem maior. Peço desculpas pelo desabafo.
Estudante de graduação da UP, que pede para não ser identificado – Curitiba