quarta-feira, 18 junho, 2025
HomeMemorialJORNALISTAS ACUSAM TV EVANGELIZAR DE “ASSÉDIO MORAL”

JORNALISTAS ACUSAM TV EVANGELIZAR DE “ASSÉDIO MORAL”

Ao mesmo tempo, o Sindicato dos Jornalistas está anunciando debate sobre saúde mental no ambiente jornalístico de Curitiba.

Padre Reginaldo Manzotti: descontente?; Radialista José de Mello: nega tudo

José de Mello é um antigo comunicador, ainda funcionário da TV Educativa do Paraná, e, ao mesmo tempo, diretor geral da TV Evangelizar, do padre Manzotti, posição esta que lhe pode gerar processo por assédio moral.

Isso mesmo: um grupo de 17 ex-funcionários da emissora do padre-cantor, em Curitiba, alguns demitidos recentemente, outros já há mais tempo, contratou advogado para reclamar indenização – monetária e moral – “pelas torturas e desmoralizações” que teria sofrido “nas mãos de Mello”.

Ao mesmo tempo, parte dos reclamantes admite que Reginaldo Manzotti estaria solidário com eles, “e com claras intenções de cortar poderes de Mello”. Nisso seria dissuadido, no entanto, por seu sobrinho, a quem cabe a penúltima palavra na TV Evangelizar.

INÉDITA

A ação, em vias de se consumar-se, será inédita na justiça paranaense por envolver uma emissora de televisão por assédio moral.

Homens e mulheres ex-funcionários da TV Evangelizar – que ainda conta com 45 profissionais, entre jornalistas e técnicos – mais que indenização financeira pedem formalização de desculpas pública por parte de Mello e do padre-cantor.

E têm um argumento moral muito forte:

– Essa câmara de tortura moral em que se tornou o ambiente da TV Evangelizar contraria todas as propostas de uma emissora católica e acaba comprometendo a imagem do próprio dono da TV, padre Manzotti, observa um dos demitidos. E acrescenta:

– Essa não é a linha imprimida pelo Papa Francisco para as relações de trabalho, nem se coaduna com os princípios sociais da Igreja.

DUPLA FACE

Procurada pelos ex-funcionários, a coluna/blog recolheu de alguns deles essa observação: “José de Mello até aparenta ser um sujeito agradável, nos primeiros contatos, e ameno, algumas vezes. No entanto, bradar em voz alta ameaças e gritarias tipo ‘não façam corpo mole, vocês são pagos para trabalhar e muito bem’, são constantes.”

Essas são admoestações descabidas e feitas com estardalhaço, asseveram os reclamantes que, em tom jocoso, reclamam o título “Sobreviventes ao assédio de Mello”.

SALÁRIO PROFISSIONAL

Há outras queixas que antigos – e também atuais funcionários da TV Evangelizar – fazem, além da questão de assédio moral. São também gravíssimas, como a de que Manzotti e seu grupo não pagam o salário profissional previsto em lei para jornalistas profissionais. Desse assunto o Sindicato dos Jornalistas deve estar se ocupando.

SAÚDE MENTAL

Aliás, é bom lembrar que o assunto assédio moral de jornalistas em seu local de trabalho está na ordem do dia do SINDIJOR. Ele está convidando para debate sobre saúde mental e relações de trabalho dos jornalistas.

O evento (vide site do Sindicato), terá explanações do psicólogo Márcio Cesar Ferraciolli, do Departamento de Psicologia da UFPR, e do consultor jurídico do sindicato, advogado Sidney Machado.

PSICÓLOGO DA UFPR

Ferraciolli e Sidney vão mostrar realidades concretas, como pesquisa que revela a existência de assédio moral em ambientes de trabalho jornalísticos do Estado.

O que não consegui apurar é se essa pesquisa incluiu as alegadas denúncias de assédio da TV Evangelizar.

O que se admite, segundo fontes da comissão de assediados que se movimenta, é que “por trás de tudo isso, fortalecendo esse comportamento do diretor, estaria o sobrinho de Manzotti, que, no fundo é o forte comandante do complexo religioso-jornalístico e empresarial”.

Na data de hoje, 11, a coluna tentou contato com José de Mello, que negou todas as acusações. Prometeu enviar à coluna nota oficial sua e da TV Evangelizar sobre o assunto.

-o-o-o-o-

RESPOSTA DE JOSÉ DE MELLO:

 

Olá, Aroldo: Obrigado por me permitir o benefício da dúvida.

 

SOBRE SUA PRIMEIRA COLOCAÇÃO:

Sou o diretor de conteúdo de uma rede nacional que apresenta diariamente 24 horas de programação, com um total de 47 programas inéditos na grade.

Televisão como ofício, exige normalmente, alto grau de tensão e estresse. Meu modelo de trabalho, é o da busca diária pelo resultado, com qualidade e eficiência. Para atingir este objetivo, por vezes, é necessário fazer “cobranças” mais firmes, e não permitir que o mesmo erro, seja cometido várias vezes. Se o colaborar não se adaptar, é necessário um remanejamento de setor, ou mesmo a dispensa. Na minha rotina de trabalho, o que persigo é, ser justo e eficiente, sem nunca despeitar o profissional.

 

SOBRE A SEGUNDA COLOCAÇÃO:

Trabalho na Paraná Educativa a 39 anos, onde comecei como office boy e cheguei a diretor geral das emissoras de rádio por duas vezes. Fui também diretor Presidente de todo o grupo, durante o governo Lerner.

Estive a frente, do projeto de criação do Canal Paraná, Rede com transmissão nacional via satélite e mais 42 emissoras.

 

Atualmente, sou programador musical da emissora, sendo responsável, por três programas semanais. Assino a pesquisa, produção de roteiros e seleção musical dos programas, “Porque hoje é sábado”, programa semanal com quatro horas de duração, programa “Raízes do Brasil”, com duas horas de duração e, produção e apresentação do programa “Instrumental e Tal”, programa que está no ar, desde 1992, e se dedica apresentar, a música instrumental brasileira.

Estou a disposição para mais esclarecimentos.

Atenciosamente

JOSÉ DE MELO, diretor da TV Evangelizar, Curitiba

Leia Também

Leia Também