quinta-feira, 26 dezembro, 2024
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Opinião de Valor: Robson explica como vê nossa literatura (parte 2)

Robson Luiz Rodrigues de Lima responde ao poeta Ivan Justen, que na coluna de 25 de novembro, teve acolhida críticas a observações dele (Robson) sobre a literatura paranaense, sua importância, seus nomes valiosos. A seguir:

Emiliano Perneta
Emiliano Perneta

…Devo contrariar o senhor Ivan… Não houve exageros. Houve estudo. Nas palavras do grande Massaud Moisés: “Emiliano Perneta cultiva o soneto com escandido rigor, impregnando-o, porém, dum sentimento que nem sempre se compadece com a disciplina formal parnasiana, numa dicotomia explicável pela permanência da moda romântica ou prelúdio do simbolismo” (MASSAUD, 1984, p. 39). O professor Alfredo Bosi diz que “a poesia de Emiliano Perneta é lida e valorizada por poucos, espera um estudo analítico à sua altura” (BOSI, 2001, p. 283). A poesia de Emiliano tangeu o romantismo e o parnasianismo para ser o prelúdio do simbolismo. Não estou, como o senhor Ivan afirmou, retirando o “brilho (…) da poesia do catarinense” (Cruz e Souza), estou, tão somente, iluminando com a luz da verdade e do reconhecimento os paranaenses que preludiam. Queira o senhor Ivan ou não, em nenhum Estado da Federação houve a quantidade de poetas e intelectuais simbolistas como houve no Estado do Paraná. Citei alguns dos muitos nomes em meu artigo.

Quando o senhor Ivan diz que: “não foi necessariamente “o maior grupo de intelectuais do país” (por sinal, a Academia Brasileira de Letras foi fundada no Rio de Janeiro, em 1897),” ele deve estar se referindo à Academia Brasileira de Letras que também abrigou José Sarney (cadeira 38), Roberto marinho (cadeira 39) e Paulo Coelho (cadeira 21) … Meu senhor, com todo o respeito, a ABL nunca conseguiu reunir as melhores mentes do país e o senhor sabe disso, pois é um estudioso da área. Mário Quintana e Drummond nunca ocuparam uma de suas cadeiras. O professor Antônio Cândido de Mello e Souza não tem cadeira na ABL. Faça-me o favor… Aos leitores, recomendo o meu artigo publicado na bela e fera revista Litercultura, onde cito alguns dos nomes que fizeram do Paraná a efervescência intelectual da passagem do século XIX ao século XX.

(PROSSEGUE)

Robson explica como vê nossa literatura (parte 1)

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