
O fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, roubo de cargas, tabela do frete, pedágios, inovação e novas lideranças estavam na pauta do encontro que o Setcepar realizou com jornalistas de diferentes meios de comunicação nesta terça-feira (16).
Após a apresentação das ações do Setcepar feita pelo jornalista Carlos Marassi, o presidente da entidade, Marcos Battistella e o vice-presidente, Aldo Fernando Klein Nunes, apresentaram os desafios do setor e as ações que o Sindicato está realizando para driblar a crise.
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
A Contribuição Sindical Obrigatória representava 35% da receita do Setcepar. Para driblar essa falta do recurso, a direção começou a preparar a entidade para ser um prestador de serviços. Para isso, criou no início de 2018, a Universidade Livre do Transporte (ULT) que oferece cursos de capacitação e qualificação para os profissionais do transporte rodoviário de cargas. Também fortaleceu seus serviços de assessorias – Jurídica e de Recursos Humanos – além de ser um dos pontos de atendimento credenciado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para fazer o cadastro do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC), bem como a impressão de etiquetas originais, fornecidas diretamente pela ANTT.
“Nossos associados contam com um Sindicato forte e atuante. Nossa Assessoria de RH é completa e entrega o profissional praticamente pronto para as empresas, já que além de um rigoroso processo de seleção, os profissionais também são capacitados antes de serem encaminhados para as transportadoras”, ressaltou Battistella.
PROFISSIONAIS DO TRC
Estima-se que 200 mil pessoas trabalham no transporte rodoviário de cargas. Mas, a participação nas capacitações ainda é pequena. Por isso, além dos cursos presenciais para diferentes níveis do segmento de cargas, o Setcepar também está investindo em cursos a distância.
Além do curso de MBA em Gestão Estratégica de Empresas do Transporte Rodoviário de Cargas e do curso técnico de Qualificação Profissional em Transporte e Logística, ambos em parceria com a Uniopet, o Sindicato realiza cursos para motoristas de caminhão e de instrutor de motoristas através do Instituto Setcepar de Educação no Transporte (ISET).
Nas capacitações para motoristas e gestores de caminhão, são repassadas dicas para economizar combustível, cuidados com o meio ambiente e direção.
ROUBO DE CARGAS
Só em 2018, foram registrados no Brasil, 22 mil roubos de cargas. O Paraná, configura como o terceiro estado com maior índice de roubos, ficando atrás do Rio de Janeiro e São Paulo.
Após inúmeras solicitações junto ao governo estadual, o Setcepar conseguiu que fosse instalada em Curitiba uma delegacia especializada no combate ao crime de roubos de cargas. Apesar do pequeno efetivo, a delegacia já solucionou e desmantelou quadrilhas especializadas.
A instalação de subsedes da delegacia em pontos estratégicos do Paraná foi apresentada na lista de solicitações que o Setcepar entregou ao governador Ratinho Junior. “Em Paranaguá vemos os ladrões saqueando os caminhões a luz do dia. O roubo de cargas é uma coisa que ainda nos preocupa muito”, frisou Battistella.
PEDÁGIOS
Desde as primeiras conversas sobre a instalação dos pedágios nas rodovias que cortam o Paraná, no governo Jaime Lerner, o Setcepar se fez atuante. Battistella ressaltou no encontro que o sindicato não é contra ao pedágio. “Nós entendemos que o governo não tem condições de gerir e financiar as obras de infraestrutura, mas somos contra a pagar as altas tarifas de pedágios que temos no Paraná e não termos em contrapartida rodovias duplicadas e postos de parada para os caminhoneiros”.
Para se ter uma ideia do custo que isso representa, um carro que sai de Curitiba com destino a Foz do Iguaçu paga cerca de R$ 140,00. Um caminhão, gasta neste trajeto, no mínimo R$ 700,00.
TABELA DO FRETE
O Setcepar está acompanhando desde o início a questão da tabela do frete. “A greve dos caminhoneiros fez com que o Governo criasse do dia para a noite uma tabela do frete. A ANTT, sem nenhuma pesquisa para isso, criou uma tabela que não contempla as necessidades dos motoristas”, disse.
Klein diz que o sindicato ficou tentando entender a tabela durante três meses e o estudo realizado pelo Setcepar resultou em 72 questionamentos que foram encaminhados para a ANTT, mas que nunca foram respondidos. Posteriormente, os mesmos questionamentos foram encaminhados para Esalq Log, empresa que juntamente com a USP está elaborando a nova tabela do frete.
“Agora a ANTT vai iniciar as consultas públicas e nós vamos levar as questões que levantamos na consulta de Brasília. Acreditamos que a tabela não vai acabar, embora os embarcadores não a acatem, seguindo a lógica do livre mercado. O TRC tem muitas particularidades que não são possíveis atender em tabelas. Nosso pedido ao governo é que a tabela seja um referencial e não uma obrigatoriedade”, defendeu Klein.
NOVAS LIDERANÇAS
O coordenador da ComJovem Curitiba, Luiz Gustavo Nery, falou sobre a Comissão formada por jovens empresários do TRC que busca formar novas lideranças para o setor.
Além de reuniões mensais, com palestras e a troca de experiência entre os jovens, a Comissão também realiza constantemente ações sociais para beneficiar instituições filantrópicas.