(PRIMEIRA PARTE)
Os herdeiros, os religiosos, as surpresas, os surpreendentes, os reprovados… Há boa variedade de cognomes com os quais se pode dissertar em torno dos resultados das urnas no estado, na área do legislativo do Paraná.
Os herdeiros, por exemplo, formam um universo em franco crescimento na Assembleia Legislativa do Paraná. Ou, como diz uma amiga da coluna, “eles são parte da Monarquia… “
2 – A LINHAGEM REQUIÃO E A BORGHETTI BARROS
Os eleitos domingo para a Assembleia, que bem definem essa tendência de continuidade no legislativo, começam por Requião Filho, filho do senador Roberto Requião, derrotado agora na sua tentativa de governar o Paraná pela quarta vez.
Jovem, na casa dos 20 anos, ele vai conviver na AL com outras cabeças coroadas dessa “monarquia”. A mais bonita delas, com certeza, é Maria Victoria Borghetti Barros, filha da vice governadora Cida e do ex-prefeito de Maringá, e que volta à Câmara dos Deputados, Ricardo Barros.
Maria Victoria não é apenas um rosto lindo, uma personalidade que toma conta dos ambientes. É especialmente uma jovem bem preparada, com formação em hotelaria e turismo na Suíça e Estados Unidos, e com larga cancha como “globe-trotter”.
3 – AS PISADAS DE HERMAS
O deputado Evandro JR. segue as pisadas do avô, Hermas Brandão, que presidiu a Assembleia e foi coordenador da última campanha de Requião.
Hermas Brandão Neto também está na Casa, ao lado do primo Evandro; Bernardo Carli dá continuidade à vida pública do pai, Fernando Ribas Carli, que foi deputado federal e depois prefeito de Guarapuava, tendo sido também chefe da Casa Civil do primeiro governo Lerner.
Bernardo substitui no legislativo o irmão, retirado da vida pública depois do rumoroso caso de morte – em acidente – que teria provocado, atingindo dois jovens, anos atrás.
4 – AMARAL, LUPION E LITRO
Tiago Amaral chega à AL para dar continuidade à vida pública de Durval Amaral, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado; Artagão de Mattos Leão Filho volta à Assembleia, onde continua a carreira política de seu pai, o presidente do TCE, Artagão de Mattos Leão; Ney Leprevost não é estreante na Assembleia, nem na vida pública. Mas é parte de uma linhagem política curitibana, tendo tido um avô prefeito da cidade; Pedro Lupion descende da linhagem dos Lupion, cujo nome mais significativo foi seu avô, Moisés Lupion.
O pai de Pedro, Abelardo Lupion, sempre esteve nas avaliações do DIAP entre os deputados federais mais influentes no Congresso, e agora passa a se dedicar exclusivamente às suas fazendas; Paulo Litro Filho foi eleito deputado estadual, posição já ocupada por seu pai e sua mãe;
5 – ANIBELLI, BUENO, KHOURY
A lista dos que na AL comporão a continuação de linhagens políticas paranaenses é grande: Anibelli Neto, cujos pai e avô o antecederam na AL; André Bueno volta a AL em que seu pai, Edgard, anos atrás, foi deputado (hoje é prefeito de Cascavel). Há aqueles que não estreantes em cadeiras no legislativo estadual, mas, ao voltarem à AL, confirmam quão consistente [é a “tradição” que os envolve: são membros de oligarquias políticas do Paraná muito notórias. É o caso de Alexandre Khoury, neto do antológico Aníbal Khoury, de quem herdou o carisma (dizem), um amplo rol de cabos eleitorais fiéis e vultoso patrimônio material que lhe pode apoiar em investidas eleitorais.
O universo dos deputados paranaenses identificados com linhagens políticas que remontam há dezenas de anos, contempla também Plauto Miró Guimarães, solidamente garantido pelo eleitorado dos Campos Gerais, em cuja ancestralidade aparece um senador; e Nelson Justus, igualmente de amplas ramificações políticas familiares, a partir de Ponta Grossa.