A população do Peru é majoritariamente de origem indígena. E quem lá não é índio, é mestiço de espanhol e inca, fundamentalmente.
Os chamados ‘brancos puros’ são um percentual pequeníssimo dos habitantes do país.
Os caucasianos, ao longo da história recente, foram sempre associados ao racismo, como o ‘apartheid‘ que implantaram na África do Sul e a odiosa discriminação racial que imperou até parte do século 20 nos Estados Unidos.
Sendo um país de indígenas, é difícil de entender a manifestação da massa humana que estava no estádio de futebol, na semana, e que hostilizou e vaiou agressivamente o jogador brasileiro Tinga, do Cruzeiro.
Foi um crime coletivo – expresso especialmente com a imitação de sons emitidos por macacos –, perpetrado por gente que, na verdade, é discriminada mundo afora.
Os peruanos, como a maiorias dos latino-americanos, são discriminados especialmente em sociedades ditas “civilizadas”, como as europeia e norte-americana.
De vítimas, portanto, os peruanos do estádio viraram atores de inexplicável ato de racismo.
Nenhum tipo de discriminação racial pode ser aceito. Menos ainda se partido de um povo historicamente discriminado por sua cor da pele (cor de cuia), cultura e pobreza.