
Andressa Barichello, mestre em Direito e Literatura pela Universidade de Lisboa, fez a seguinte postagem em sua página do Facebook: “Tem coisas que só na Biblioteca Pública: Gessy Gesse, sétima mulher de Vinicius de Moraes, passou uma hora contando sobre o casamento de sete anos que teve com o poeta. Amor mesmo é pra quem não tem medo de sofrer”.
CONSCIÊNCIA NEGRA
O comentário de Andressa, autora do livro Crônicas do cotidiano e outras mais (2014), retrata em alguma medida como foi o bate-papo com Gessy Gesse, com presença de público na tarde da última quarta-feira, 22, na BPP — evento que faz parte do Mês da Consciência Negra, iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (Seec).
A VIDA COM O POETA
Autora do livro “A minha vida com o poeta”, Gessy, 77 anos, contou como conheceu Vinicius, num bar carioca, até o fim do relacionamento, causado, entre outros motivos, pelo fato de o poeta insistir em ter um filho com a baiana, o que ela, com três filhos de relacionamentos anteriores, não quis. Foram sete anos de convívio, temporada em que o casal viveu em Itapoã (BA), além das viagens para diversos pontos do planeta, incluindo Curitiba, em 1972, ocasião em que aconteceu a inauguração do Teatro Paiol, com um show de Vinicius.
COMBATENDO ALCOOLISMO
Ela também contou que, a cada três meses, acompanhava Vinicius em internamento em uma clínica carioca, onde ele tentava “dar um tempo” no consumo de álcool. Vinicius bebia todo dia. A ex-companheira diz ter sofrido para aguentar o “repuxo”, mas, como enfatizou, “valeu a pena”.
Gessy não ficou com “nada” da herança do poeta, apesar de Vinicius ter incluído a baiana entre os seus herdeiros. “Faria tudo de novo. O que ficou? O nosso amor, que ainda terá desdobramentos, mesmo em outro nível de vínculo”, afirmou.

