Assessoria – Em um ambiente marcado por regras cada vez mais rigorosas de transparência, conformidade e prestação de contas, as organizações sociais enfrentam um desafio constante: garantir impacto social sem comprometer a segurança administrativa. Nesse cenário, a atuação de profissionais especializados em contabilidade e governança tornou-se decisiva para a continuidade de projetos que atendem populações em situação de vulnerabilidade.
No Terceiro Setor, diferentemente do que ocorre na iniciativa privada, a correta aplicação dos recursos e a regularidade documental são condições indispensáveis para a manutenção de convênios, certificações e benefícios fiscais. Um erro aparentemente simples em uma prestação de contas pode resultar em atrasos, bloqueios administrativos ou até na interrupção de atividades essenciais.
A complexidade normativa que rege as organizações sociais exige acompanhamento técnico permanente. Certificações como o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS), por exemplo, demandam relatórios detalhados, documentação organizada e aderência estrita às normas estabelecidas pelos órgãos reguladores.
Nesse contexto, o trabalho contábil deixa de ser apenas operacional e assume caráter estratégico. A análise criteriosa de documentos, a revisão de processos e a identificação antecipada de inconsistências funcionam como mecanismos de prevenção, capazes de evitar riscos que podem comprometer a missão institucional.
Diagnóstico e prevenção como pilares da gestão
A atuação especializada nesse campo envolve uma rotina que combina auditoria preventiva, organização administrativa e apoio técnico à tomada de decisão. Revisão de prestações de contas, avaliação de conformidade legal, ajustes em processos contábeis e orientação às diretorias fazem parte de um trabalho que, embora muitas vezes invisível ao público, é fundamental para a estabilidade das instituições.
A experiência prática mostra que grande parte dos entraves enfrentados pelas organizações não decorre de má-fé ou desorganização deliberada, mas da ausência de orientação técnica adequada. Pequenas falhas documentais, quando não identificadas a tempo, podem gerar impactos significativos e prolongados.
De acordo com Renan Gomes de Oliveira, contador com mais de 11 anos de experiência em Finanças e Contabilidade, e especialista em Controladoria e Finanças, instituições certificadas pelo CEBAS estão entre as que enfrentam os maiores níveis de exigência. “Além da comprovação do impacto social, precisam demonstrar regularidade contábil, fiscal e administrativa de forma contínua. O acompanhamento técnico especializado é, nesse caso, determinante para a manutenção dos benefícios e para a segurança jurídica das operações”.
O especial ainda ressalta sobre a correta interpretação das normas e a atualização constante frente às mudanças regulatórias. “São diferenciais para evitar a perda de certificações e assegurar a sustentabilidade financeira das entidades”, completou.
Contabilidade além dos números
No contexto das organizações sociais, a contabilidade ultrapassa a função de registrar dados financeiros. Ela se consolida como ferramenta de governança, proteção institucional e garantia de continuidade. Para Renan, uma gestão técnica sólida preserva não apenas recursos, mas também a reputação, além dos projetos em andamento e as pessoas atendidas.
“À medida que a sociedade passa a exigir níveis mais elevados de responsabilidade na aplicação de recursos públicos e privados, a transparência deixa de ser apenas uma obrigação legal e se afirma como valor central. É nesse ponto que a atuação de especialistas em gestão e conformidade se torna indispensável para que as organizações sociais possam seguir cumprindo seu papel transformador com segurança e credibilidade”, justificou Oliveira.