Assessoria – Organizações com comunicação altamente eficaz apresentam 19% mais valor de mercado e 57% mais retorno total ao acionista. Além disso, têm colaboradores até quatro vezes mais engajados, menor rotatividade e melhor desempenho financeiro. A comunicação estratégica foi o centro dos debates durante o Fórum de Competitividade realizado pelo World Trade Center (WTC) Curitiba no último dia 3 de dezembro. Os dados do estudo Internal Communication Effectiveness Enhances Bottom-Line Results, da Watson Wyatt Worldwide, foram explorados com exemplos concretos mencionados pelos debatedores.
Mediado por Silvana Pampu, vice-presidente do WTC na área de Pessoas e Cultura e gerente geral LATAM da Renault Group, o painel reuniu especialistas que reforçaram que comunicação não é acessório, mas motor de performance organizacional.
Rodrigo Cabral, sócio e diretor de Mercado e Cliente da Progic, destacou que empresas que investem na área podem performar até 20% melhor em comparação com aquelas que negligenciam a área. “Estratégia de comunicação e estratégia de negócio precisam caminhar juntas. Sem alinhamento, os projetos não avançam”, afirmou. Cabral também defendeu o uso de múltiplos canais, de líderes a sistemas corporativos, para alcançar diferentes públicos.
O papel da comunicação na cultura organizacional foi ressaltado por Carlos Maia, diretor de Recursos Humanos da Positivo Tecnologia. Ele enfatizou que comunicação clara e estruturada dá direção aos colaboradores e fortalece a cultura interna. “Sem cultura e sem comunicação, as pessoas não evoluem junto com a empresa”, disse. Para Maia, o líder representa a peça-chave nesse processo e precisa de inteligência emocional, maturidade e capacidade de traduzir as mensagens corporativas.
A relevância das competências comportamentais no mercado de trabalho foi abordada por Manu Mourão, headhunter e CEO da Manu Mourão Consulting. Ela ressaltou que criatividade, habilidade social, resiliência e boa comunicação são hoje diferenciais indispensáveis. “Empresas buscam profissionais que saibam se comunicar, colaborar e sustentar desafios”, afirmou.
Em perspectiva ampliada, Michelle De Cerjat, gerente de Cultura, Comunicação Interna e Imprensa da Olist, destacou o impacto direto da reputação no valuation das empresas. “Reputação não é abstrata. O valor das ações pode subir ou cair conforme a percepção do mercado”, explicou. Para ela, comunicação integrada, com alinhamento de narrativas internas e externas, é fundamental para garantir coerência e credibilidade.
Daniella Abreu, presidente do WTC Curitiba, afirmou que a comunicação estratégica é parte da estrutura da cultura organizacional. “Cultura é construída com comunicação clara, estruturada e coerente. Ferramentas, processos e liderança preparada fazem toda a diferença”, concluiu.
