Por Aline Cambuy – A COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), realizada em Belém (PA), reforçou a urgência de soluções climáticas e deu ainda mais visibilidade à sustentabilidade como eixo estratégico das empresas. Em Curitiba, a startup Alga desponta nesse cenário ao desenvolver tecnologia que simplifica o cumprimento de regulações ambientais e apoia organizações que buscam avançar de forma estruturada na agenda ESG.
Funcionando como um verdadeiro time de sustentabilidade para pequenas, médias e grandes empresas, a Alga combina inteligência artificial proprietária com metodologias científicas para automatizar processos, reduzir custos e garantir conformidade climática. A eficiência da solução rendeu à empresa um destaque nacional: a Alga foi a única representante de Curitiba na lista “100 Startups to Watch 2025”, elaborada pela revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios em parceria com Época Negócios, EloGroup e Innovc — um dos principais rankings de inovação do país.
O vice-prefeito e secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Paulo Martins, destaca que o avanço da startup reflete a consolidação do ecossistema de inovação de Curitiba. “Trabalhamos para que a agenda ambiental avance com eficiência, responsabilidade e resultados práticos. A Alga é um exemplo claro da força do nosso ecossistema e do compromisso da prefeitura em apoiar empresas que geram impacto real”, afirma.
Fundada por Vitor Candido (CEO), Roberta Tuerlinckx (COO), Vitória Braiti (diretora Científica) e Amanda Camargo (cofundadora e responsável por Produto), a startup nasceu da convergência entre tecnologia, ciência e sustentabilidade. Segundo Vitor, o propósito da empresa é democratizar o acesso às soluções climáticas. “Reduzimos em até 95% o tempo de atendimento, o que diminui custos e nos permite atender negócios de diferentes setores. Criamos um conjunto de agentes de IA que atua como o time de sustentabilidade das pequenas e médias empresas inseridas nas cadeias de grandes organizações”, explica.
A plataforma assegura aderência aos principais protocolos e normas nacionais e internacionais de ESG, oferecendo resultados auditáveis e reconhecidos pelo mercado. Roberta Tuerlinckx observa que muitas empresas ainda têm dificuldade em iniciar a jornada climática. “Hoje atendemos cerca de 68 clientes no Brasil. Nosso modelo de planos anuais traz previsibilidade de investimento e elimina dores comuns ao modelo tradicional de consultorias”, afirma.
Sustentabilidade como estratégia
Para os sócios, a sustentabilidade precisa assumir caráter estratégico dentro das organizações, considerando impactos na cadeia de stakeholders e oportunidades de geração de valor — incluindo acesso a linhas de financiamento. “A agenda climática é uma jornada contínua. Começa pela medição das emissões e pela compreensão dos impactos do negócio. A partir daí, construímos projetos de descarbonização, metas e roadmaps de longo prazo”, explica Vitória Braiti.
A recomendação para quem está começando é clara: entender o enquadramento regulatório e contar com apoio técnico especializado. “Olhar para a sustentabilidade não deve ser visto como custo, mas como investimento”, reforça Roberta.
Ecossistema favorável
O reconhecimento nacional da Alga também reforça o protagonismo de Curitiba como polo de inovação. A Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação acompanha iniciativas que surgem no Pinhão Hub e ganham espaço no mercado nacional. Para o presidente da Agência, Dario Paixão, o avanço da startup é um indicativo da maturidade do ecossistema. “A presença da Alga entre as cem mais promissoras confirma a consistência desse trabalho conjunto entre empreendedores, universidades e poder público”, afirma.
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*Aline Cambuy é jornalista com mais de 20 anos de experiência e atua na área da comunicação empresarial. Estudante de Psicologia, une seu olhar crítico e humano para construir narrativas que conectam pessoas e negócios.