Assessoria – A fisioterapia oncológica tem se consolidado como uma aliada essencial no tratamento e na recuperação de pacientes com câncer. Presente em todas as etapas do processo terapêutico — do pré-operatório à reabilitação e aos cuidados paliativos —, essa especialidade contribui diretamente para a qualidade de vida e a autonomia dos pacientes.
De acordo com a professora Adriane Mazola Russ, coordenadora do curso de Fisioterapia da Estácio Curitiba, o trabalho do fisioterapeuta é fundamental desde o início do tratamento. “No período pré-cirúrgico, o foco é preparar o corpo para os desafios que virão, por meio de exercícios leves e orientações posturais que ajudam a manter a funcionalidade e a prevenir complicações futuras”, explica a docente.
Durante a quimioterapia e a radioterapia, a fisioterapia atua no controle dos efeitos colaterais. Técnicas como alongamentos, drenagem linfática e exercícios respiratórios ajudam a aliviar sintomas como fadiga, dor e retenção de líquidos, além de melhorar a capacidade pulmonar e a disposição física. Já no período pós-cirúrgico, o objetivo é recuperar movimentos e prevenir sequelas com estratégias de mobilização precoce, cinesioterapia e terapia manual. “Essas práticas favorecem a circulação e ajudam o paciente a retomar a rotina com mais segurança”, ressalta Adriane.
Cuidados paliativos e acolhimento integral
Nos cuidados paliativos, o papel do fisioterapeuta ganha uma dimensão ainda mais humana. A professora destaca que o foco deixa de ser a cura e passa a ser a promoção da qualidade de vida. “Trabalhamos com técnicas de alívio da dor, controle de sintomas e manutenção da funcionalidade, sempre respeitando os valores, desejos e limitações de cada pessoa. O objetivo é garantir dignidade, conforto e autonomia, mesmo nas fases mais delicadas da doença”, afirma.
Além dos benefícios físicos, a fisioterapia oncológica atua também no campo emocional e social. O vínculo terapêutico criado entre paciente e profissional é, segundo Adriane, um elemento central do processo de reabilitação. “A fisioterapia não cuida só do corpo — ela acolhe o ser humano por inteiro. Ao escutar ativamente, reduzir a ansiedade e estimular a expressão emocional, o fisioterapeuta contribui para o fortalecimento da autoestima e da resiliência do paciente”, destaca. Esse cuidado integral, explica ela, ajuda a pessoa a retomar papéis familiares, profissionais e sociais, promovendo uma reintegração gradual à vida cotidiana.
Mensagem para pacientes e familiares
Adriane Mazola deixa uma reflexão aos pacientes e familiares: “A reabilitação é uma travessia, não uma corrida. Cada pequeno avanço é uma vitória. Busquem profissionais especializados em fisioterapia oncológica, cultivem o apoio mútuo e informem-se sobre os serviços e grupos de suporte, como os do INCA. O mais importante é celebrar cada conquista e manter o foco nas vitórias do dia-a-dia.”
