AEN-PR – O Museu Oscar Niemeyer recebeu na noite desta terça-feira (09), em São Paulo, os prêmios de Melhor Curadoria e Melhor Exposição do Ano na cerimônia promovida pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA). A premiação é uma das mais importantes no cenário nacional das artes.
O MON venceu nas duas categorias com a mostra “Trilhos e Traços – Poty 100 anos”, com curadoria de Maria José Justino e Fabricio Vaz Nunes. A entrega do prêmio aconteceu no Teatro Antunes Filho e reuniu centenas de artistas, curadores, dirigentes de instituições e profissionais do setor de artes visuais do país.
“Esta premiação é o reconhecimento de um longo caminho que teve início anos atrás”, afirmou a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, ao receber o prêmio em nome do Museu. “Há aproximadamente nove anos começamos a conversar com o saudoso João Lazzarotto, único irmão do artista curitibano Poty Lazzarotto, sobre a generosa doação do incrível legado de mais de 4 mil obras ao acervo do MON e, consequentemente, a todos os seus visitantes”.
Juliana comentou que a doação foi um esforço conjunto que envolveu MON, Secretaria de Estado da Cultura e Governo do Paraná. “Mais do que comemorar o centenário desse artista curitibano, que é um dos principais nomes das artes do Estado e do país, a exposição se tornou um local de referência a Poty Lazzarotto”.
“Os visitantes do Museu, em especial as centenas de estudantes das redes pública e particular que diariamente frequentam o MON, têm agora uma oportunidade única para conhecer melhor esse gênio das artes”, comenta. Inaugurada em abril de 2024, a mostra ocupa a Sala 6 do Museu e já foi vista por cerca de 1 milhão de pessoas.
EXPOSIÇÃO – “Trilhos e Traços – Poty 100 anos” reúne aproximadamente 500 obras, um recorte da doação de 4 mil peças realizada pela família do artista ao Museu. A expografia é assinada pelo arquiteto Fernando Canalli. O catálogo da mostra está disponível na MON Loja física ou online.
A premissa da exposição, segundo os curadores, além de destacar a importância de sua obra no cenário paranaense, é extrapolar as fronteiras regionais e apresentar Poty em sua dimensão universal.
“Na sua atividade artística incessante e obstinada, recriou, em imagens, o universo criativo da literatura; em seus murais, plasmou a grande aventura da história universal”, informam. “Sempre buscando a divulgação popular da arte, foi da gravura à ilustração, do desenho minúsculo ao mural monumental”.
Na exposição, as obras foram organizadas em torno de nove núcleos temáticos presentes na trajetória artística de Poty, representativos das suas diferentes facetas: o Narrador, o Trabalho, o Xingu, o Sagrado, a Guerra, o Cotidiano, o Viajante, o Muralista e o Retratista. “Mas Poty, o piá do Capanema que amava o cinema e as histórias em quadrinhos, é ainda mais que tudo isso”, dizem os curadores.