quinta-feira, 4 setembro, 2025
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Roubo de cargas cresce 24,8% e pressiona transportadoras

O roubo de cargas voltou a crescer no Brasil e pressiona ainda mais o setor de transportes. No primeiro semestre de 2025, as ocorrências avançaram 24,8% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). Em 2024, foram registrados 10.478 casos, com perdas estimadas em R$ 1,2 bilhão.

O aumento da criminalidade coincide com novas exigências regulatórias da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A Portaria SUROC nº 27/2025 obriga transportadoras a contratar três seguros: RCTR-C (colisão, tombamento ou incêndio), RC-DC (furto, roubo ou desaparecimento da carga) e RC-V (danos a terceiros). As empresas têm até 10 de março de 2026 para comprovar a regularidade das apólices, sob pena de suspensão do RNTRC, podendo fazê-lo presencialmente ou via integração digital com seguradoras.

Para Tatiane Bueno, diretora executiva da Tecnorisk, o cenário marca um ponto de inflexão para o setor. “Diante dessa realidade, o seguro se torna requisito básico, mas, o verdadeiro diferencial competitivo será a capacidade de reduzir sinistros com tecnologia e inteligência”, afirma. Do contrário, alerta, os custos da operação tendem a crescer em um ambiente já pressionado por margens estreitas.

A executiva destaca que o aumento dos roubos também reflete a sofisticação das quadrilhas, que utilizam informações digitais e mapeiam rotas em tempo real. Na sua avaliação, a resposta precisa estar no mesmo patamar, com análise de perfil de motoristas, monitoramento em torre de controle, rastreamento inteligente e equipes de pronta resposta em campo.

Além do impacto financeiro direto, Tatiane alerta para os efeitos indiretos de cada carga roubada, que gera atrasos na entrega, elevação de preços e perda de confiança na cadeia logística. Para ela, o gerenciamento de risco deixou de ser uma escolha e tornou-se requisito fundamental para garantir a sustentabilidade dos negócios em um mercado cada vez mais regulado e pressionado pela escalada da criminalidade.

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