quarta-feira, 20 agosto, 2025
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Agosto Dourado: amamentação reduz a mortalidade infantil

Assessoria – Celebrado em todo o Brasil, o Agosto Dourado reforça a importância do aleitamento materno como estratégia de saúde pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aumentar as taxas de amamentação exclusiva até os seis meses poderia salvar, anualmente, 820 mil vidas de pessoas menores de cinco anos no mundo, reduzindo em 13% a mortalidade infantil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a recomendação é de garantir o aleitamento materno exclusivo até os seis meses e, de forma complementar, até os dois anos ou mais.

A médica Zeni Cristina Barbero Klem, coordenadora da Pediatria e da UTI Pediátrica do Hospital Ônix Batel e do Alojamento Conjunto do Hospital e Maternidade Brígida, da Hapvida Clinipam, explica que o leite materno é completo e insubstituível. “O alimento contém todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento do bebê, como proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais na medida certa. É mais digerível que fórmulas, reduz cólicas e constipações e fortalece o sistema imunológico, protegendo contra infecções respiratórias, diarreias e otites. Também diminui as chances de alergias, asma, diabetes, obesidade infantil e risco de morte nos primeiros seis meses”.

Estudos indicam que a amamentação está associada a um melhor desenvolvimento cognitivo e maior quociente de inteligência (QI). Para as mães, os benefícios também são relevantes: a sucção do bebê estimula a liberação de ocitocina, que acelera a recuperação uterina e reduz o sangramento pós-parto; a produção de leite consome calorias, favorecendo a perda de peso saudável; mulheres que amamentam têm 30% menos risco de desenvolver câncer de mama e de ovário, além de menor incidência de osteoporose, diabetes e doenças cardíacas.

O Hospital e Maternidade Brígida, referência em obstetrícia e responsável por cerca de 249 mil partos em mais de 50 anos, investe continuamente em ações para incentivar o aleitamento materno desde os primeiros minutos de vida do bebê. Entre as práticas adotadas estão o contato pele a pele imediato após o nascimento; primeira mamada ainda na sala de parto, garantindo o início precoce do aleitamento; alojamento conjunto 24h, mantendo mãe e bebê juntos; equipe multidisciplinar especializada em pega correta, posições de amamentação e cuidados com as mamas; orientações para reconhecer sinais de fome e saciedade do bebê; acolhimento para mães que não conseguem ou não desejam amamentar, com respeito e orientação baseada em evidências científicas.

O hospital também oferece consultoria em amamentação, serviço que, desde sua implantação, reduziu significativamente casos de reinternação por dificuldades na amamentação, icterícia e mastite. A técnica de enfermagem Fabiana Caus Hammerschmidt, responsável pelo suporte às mães, explica que a maioria das mulheres enfrenta dúvidas e desafios nesse processo. “Mesmo mães de segunda ou terceira viagem podem ter dificuldades, pois cada bebê é único. Oferecemos orientações sobre postura, pega correta, massagens e ordenha, além de apoio emocional. Nosso objetivo é que todas as mães recebam alta com segurança e confiança para amamentar em casa”.

Com essas iniciativas, o hospital reforça seu compromisso com a saúde materno-infantil. “Amamentar é um ato de amor, proteção e saúde. O leite materno é o alimento de ouro que dá o melhor começo possível para a vida de uma criança”, finaliza a médica Zeni.

Dicas práticas para amamentação

  • Realizar massagens nas mamas para estimular a descida do leite;
  • Retirar o excesso de roupa do bebê para mantê-lo desperto durante a mamada;
  • Respeitar intervalos máximos de três horas, incentivando a sucção;
  • Manter boa hidratação e alimentação da mãe;
  • Amamentar sob livre demanda, oferecendo o seio sempre que o bebê procurar.
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