CMC – Na semana do 170º aniversário da inauguração do Cemitério Municipal São Francisco de Paula, as histórias da necrópole mais antiga da cidade são tema do Curitibou?, espaço das curitibanices dentro da grade do CMC Podcasts. A entrevistada das jornalistas Fernanda Foggiato e Michelle Stival, da equipe da Diretoria de Comunicação da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), é a pesquisadora cemiterial Clarissa Grassi.
Você sabia que o costume, antes da criação dos cemitérios, era sepultar os cadáveres nos pisos e nas paredes das igrejas? As histórias do Curitibou? em comemoração aos 170 anos do Cemitério Municipal São Francisco de Paula começam antes mesmo da inauguração do campo-santo mais antigo de Curitiba, em 1º de dezembro de 1854.
“O higienismo”, explica a convidada do CMC Podcasts, acreditava que “os miasmas, que são os gases e líquidos produzidos pela decomposição, tanto animal quanto vegetal, eram vetores de epidemias”. Diretora do Departamento de Serviços Especiais da Prefeitura de Curitiba, Grassi se debruça há 22 anos sobre a “cidade dos mortos”, como ela mesma costuma chamar o Cemitério Municipal de Curitiba.
As pesquisas deram origem a livros, a artigos e a sua dissertação de mestrado. “Foi virando uma paixão, até que virou literalmente o meu trabalho”, contou ela ao CMC Podcasts. Desde 2011, Clarissa Grassi conduz as disputadas visitas guiadas ao São Francisco de Paula. As inscrições mais concorridas são para as visitações noturnas, em noites de lua cheia.
Em julho deste ano, o Mural do Paraná conseguiu se inscrever para uma das visitas noturnas (veja algumas fotos abaixo). Nosso perfil do Instagram tem alguns dos vídeos nos Stories em destaque.
“É muito satisfatório dizer que eu já levei mais de 10 mil pessoas ali dentro, é muito legal você trazer uma nova visão, desmistificar um pouco a morte e apresentar esse espaço como patrimônio e, principalmente, como um lugar de elaboração de memórias”, comemora a pesquisadora cemiterial.
Clarissa Grassi costuma dividir o Cemitério São Francisco de Paula em quatro bairros: o Centro Histórico, o Bairro Urbanizado, o Batel e a Periferia. “Eu gosto de fazer essa metáfora, até uso muito durante a visita”, contou às jornalistas da Câmara de Curitiba. “Ou seja, é uma microcidade. Por isso que eu gosto de tratar dessa forma, de realmente mostrar para as pessoas que funciona mesmo como uma cidade, só que é uma cidade que os moradores não se manifestam, né, pelo menos fisicamente”, brincou a pesquisadora.