Assessoria – Como as obras das escritoras paranaenses dos séculos 19 e 20 revelam perspectivas sobre o papel das mulheres na sociedade e na arte? Quem foram as pioneiras a buscar uma posição social, que era negada às mulheres?
Para incentivar o protagonismo feminino na escrita e resgatar as vozes dessas precursoras que deixaram seus nomes na história, o projeto cultural As pioneiras: sonho, poesia e resistência vai realizar 4 minicursos para fomentar a expressão artística entre mulheres e mais 12 rodas de leitura sobre os livros produzidos por 8 autoras paranaenses que viveram nos séculos 19 e 20.
As atividades serão oferecidas em escolas estaduais de Curitiba e estão em fase final de agendamento. “O primeiro minicurso foi realizado no Colégio Estadual Júlia Wanderley, nos dias 10 e 11 de outubro, no contraturno escolar. Nesta mesma instituição de ensino, já fizemos 6 rodas de leitura durante as aulas”, explica a idealizadora do projeto e mediadora de leitura, Carla Viccini.
Atividades
Cada minicurso terá 6h de duração. Eles serão conduzidos por Carla Viccini e pela professora de arte, Edeliz Klaumann. Nesses encontros, as participantes vão aprender sobre pesquisa biográfica, escrita criativa e colagem artística. Já as rodas de leitura serão coordenadas Elaine Minami e Taíne Alves; ambas mediadoras desta atividade.
“É uma ótima oportunidade para as mulheres conhecerem as etapas da produção de uma pesquisa e de um livro. Ao término, elas receberão certificados e terão seus materiais publicados num e-book”, destaca Carla.
Reconhecimento
Mesmo diante das críticas machistas nos séculos anteriores, as pioneiras deixaram seus nomes na história, por meio de seus textos poéticos e repletos de representatividade. Entre elas está Ada Macaggi (musicista e professora), Didi Caillet (poeta, contista, Miss Paraná), Helena Kolody (considerada uma das maiores representantes literárias do Paraná), Júlia Maria da Costa (estimada a primeira poeta do estado e uma das primeiras mulheres do Brasil a publicar um livro) e Laura Santos, (a única poeta negra de Curitiba dos anos 1950).
Outras representantes femininas que marcaram época nos séculos 19 e 20 são Leonor Castellano (funcionária pública e escritora), Maria Nicolas (mulher negra, uma “forasteira de dentro” no ensino público primário do Paraná) e Mariana Coelho (educadora, escritora, ensaísta, poeta, jornalista e uma das pioneiras do feminismo no Brasil).
“É no resgate dessas vozes e no incentivo à participação feminina na escrita que surgiu esse projeto. Vamos trabalhar com as biografias desses ícones para que suas trajetórias sejam conhecidas, sirvam de inspiração, ecoem e representem tanto as que permanecem esquecidas, quanto as que estão por vir. Queremos ir além do incentivo à leitura”, destaca Carla Viccini.
O projeto cultural As pioneiras: sonho, poesia e resistência é realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura-Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba.