terça-feira, 1 julho, 2025
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Partido de Graeml “cristianiza” e declara neutralidade

Redação e Plural – O diretório estadual do PMB decidiu declarar neutralidade e não está apoiando a própria candidata à prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml, no segundo turno contra Eduardo Pimentel (PSD). O novo diretório assumiu após a presidente nacional do partido, Suêd Haidar, destituir a direção estadual, por não concordar com a candidatura de Cristina.

O novo presidente do PMB do Paraná, Irineu Fritz, confirmou nesta quinta-feira (24) ao Plural que o partido não está apoiando Graeml. “A executiva estadual do partido optou pela neutralidade, ate porque a maioria de seus membros não é de Curitiba”, afirmou Fritz.

Em setembro, o presidente do PMB no Paraná quando a candidatura de Cristina foi lançada, Fabiano dos Santos, foi expulso do partido. Ele teria publicado um vídeo acusando a legenda de extorquir filiados para beneficiar a presidente nacional. Santos participa da campanha de Cristina e nesta semana acusou o partido de “se vender” para apoiar o candidato Guilherme Boulos (PSOL) na eleição em São Paulo.

“Não temos por que apoiar o Eduardo ou a Cristina, senão teríamos aque apoiar candidaturas em 52 municípios onde existem comissões provisórias do PMB. Não temos nem Fundo Eleitoral, nem Fundo Partidário”, disse o novo secretário-geral do PMB no estado, Marcello Sampaio. “A majoritária em qualquer situação é a nacional, as direções estaduais são comissões provisórias, não são diretórios eleitos. As comissões provisórias são retiradas quando o dirigente nacional decidir retirar”, afirmou Sampaio sobre a destituição da direção estadual.

Partido “cristianizou”

Em 1950, o deputado Cristiano Machado foi abandonado por integrantes do PSD em favor de Getulio Vargas (PTB). Foto: Arq. CM Foto 134/2/FGV)

A inusitada notícia da perda de apoio do próprio partido por uma candidatura acende uma luz na memória política nacional: afinal, o PMB “cristianizou” com Graeml.

“Cristianização” é a situação em que um candidato em uma eleição perde o apoio do seu partido político, que passa a apoiar outra candidatura com mais chances de vitória. A palavra é derivada de Cristiano Machado, que se candidatou à Presidência da República em 1950 pelo Partido Social Democrático (PSD). Ao longo da campanha eleitoral, embora formalmente apoiado pelo PSD, Cristiano viu-se abandonado pelos principais líderes, que passaram a defender a candidatura de Getúlio Vargas, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que acabou vencendo a eleição.

Resta saber se Cristina terá o mesmo destino de Cristiano na disputa pelo Palácio 29 de Março.

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