quinta-feira, 12 junho, 2025
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55 monges vindos do Japão inauguram Templo budista de Curitiba

Foi realizada no último domingo (8 de junho) a inauguração do novo Templo Budista Jodoshu Nippakuji de Curitiba e a cerimônia de entronamento da imagem de Buda Amida, que ficará no “Hondô” (salão do altar principal). O evento contou com a presença de uma comitiva de 78 integrantes, sendo 55 monges, que vieram especialmente do Japão.

A comitiva foi liderada pelo arcebispo Jitsuya Iida e pelo bispo Kokyo Kawanaka, superintendente administrativo do Jodoshu, que conduziu a cerimônia religiosa. “Suplicamos que o Buda Amida proteja este templo e ilumine o Brasil e toda a América do Sul”, disse o bispo Kawanaka, ao agradecer o esforço e a contribuição financeira dos 442 templos do Jodoshu no Japão, dos fiéis, dos voluntários e da comunidade nipo-brasileira, que possibilitaram a construção do templo.

Bispo Kokyo Kawanaka

O arcebispo Jitsuya Iida fez alusão ao “Sutra da Vida Infinita”, que tem os 48 votos do patriarca, e que no 18º, conhecido como “Voto Original para o Renascimento da Terra Pura”, tem o ideograma de um pinheiro. “Como Curitiba significa terra dos pinheirais, esperamos que este espaço seja um lugar de fé e que os ensinamentos do Nembutsu do Grande Voto Original se espalhem a partir de Curitiba, um lugar de muitos pinheiros”.

O bispo Eduardo Ryoho Sasaki, que é o superintendente da missão na América do Sul, comentou que agora, com a inauguração do templo, o trabalho do reverendo Oeda se acentua. “Há muito por fazer por Curitiba e pelo Brasil”.

Abade Bispo Jitsuu Iida

“Que este templo seja um farol para Curitiba e para o Brasil, trazendo valores como a paz e a compaixão, que são tão importantes nos dias de hoje”, disse o chefe das Relações Internacionais da Prefeitura de Curitiba, Rodolpho Zannin Feijó, que estava representando o prefeito Eduardo Pimentel.

O vereador Nori Seto lembrou que em 2012 participou de uma reunião com o vereador Jorge Yamawaki, os monges Sasaki e Oeda e Jorge Kassai para falar sobre este projeto. “E agora, graças ao esforço de muitas pessoas vemos este sonho ser concluído! Este templo será uma referência para os que praticam a fé e um presente para a cidade de Curitiba, que ganha novo ponto turístico”.

“Hoje o nosso sonho hoje está realizado! Mas o sonho continua! Vamos aumentar o nosso elo de ligação com este novo templo”, disse o reverendo Kogi (Akiyoshi) Oeda ao pedir que a comunidade continue apoiando. “Precisamos da contribuição de todos para a conclusão do templo”.

Durante a cerimônia, receberam homenagem o Sr Jorge Yamawaki, representando toda a comunidade que contribuiu para a sede o Sr Dag Canesso Juraszek, engenheiro que fez a construção.

O Templo

O Budismo Jodoshu, ou Escola da Terra Pura, foi fundado no Japão, em 1175, ou seja há 850 anos, pelo monge Hōnen, e se concentra na fé em Amida, o Buda da Vida e da Luz Infinita, para alcançar a iluminação e o nascimento na Terra Pura.

No Japão, existem 7.125 templos do Jodoshu. O trabalho missionário no exterior iniciou em 1898. No Brasil, a propagação desta escola budista ocorreu em 1953, com a chegada do missionário Ryoshin Hasegawa e do trabalho do bispo Yomei Sasaki. Atualmente são quatro templos: São Paulo, Ibiúna (SP), Maringá (PR) e Curitiba.

As atividades em Curitiba começaram em 2007, com a chegada do reverendo Akiyoshi Oeda. O projeto do templo iniciou em 2022 e a construção começou em março de 2004.

A sede, localizada no bairro Guabirotuba, foi construída nos moldes da arquitetura japonesa, com projeto de Taeko Asoufu, e será um novo atrativo turístico de Curitiba. Ali serão realizados não apenas eventos religiosos e celebrações pois também será um Centro Cultural difundindo a prática das tradições budistas e japonesas e cursos abertos à comunidade.

Nomenclatura do Templo

No dia 08 de junho foi realizada uma inauguração parcial, porque o templo ainda não está totalmente concluído (cerca de 90% já está pronto, faltando ainda alguns acabamentos).

O nome completo é Templo Genshōzan Myōshō-in Jodoshu Nippakuji de Curitiba e foi o bispo Kyoshun Hasegawa quem escolheu o nome do templo. No budismo, as montanhas são sagradas e atribuir o nome de uma montanha a um templo ajuda a comunidade a sentir a atmosfera do lugar. Foi escolhido o nome “Genshozan”, onde “Gen” tem origem em “Genku” (o nome do fundador) e “Shō” (do significado do nome de Curitiba: muitos pinheiros). E Myoshoin remete a “Myo” (nome do bispo Yomei Sasaki) e “Shô” (nome do bispo Ryoshin Hasegawa) e “In” (instituição).

O arcebispo Jitsuya Iida escreveu os caracteres “Genshozan” em “shodô” (caligrafia japonesa) no “Washi” (papel de arroz). Esta escrita foi doada pelo arcebispo na cerimônia e se tornou um tesouro do templo, pois representa a sua certidão e será colocada no “Hondô” (salão principal).

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