Assessoria – De 11 a 19 de junho, o 14º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba reunirá curtas e longas-metragens de todo o mundo nas salas de cinema de Curitiba. A grande homenageada da edição é a diretora Agnès Varda, cineasta cujo trabalho é referido como um dos marcos do cinema moderno, do cinema realizado por mulheres, dos filmes-ensaios e dos documentários subjetivos.
As obras de Varda compõem a Mostra Olhar Retrospectivo, espaço dedicado a um grande nome do cinema mundial, que apresenta um panorama de suas produções e uma reflexão sobre sua trajetória. Foram selecionados 10 filmes da cineasta francesa, sendo seis longas e quatro curtas-metragens, em uma temática intitulada “Derivas por Varda”, em referência aos personagens “em deriva” da realizadora e ao percurso do público pela mostra.
Falecida em 2019, Agnès Varda lançou o seu primeiro longa-metragem em 1955, “La Pointe-Courte” (Dir. Agnès Varda | França | 1955 | 81’), filme que inovou pela sua estrutura narrativa e atenção ao cotidiano, sendo considerado um precursor do nouvelle vague, movimento que tinha o intuito de ir contra as grandes produções francesas do momento e apresentar um cinema mais pessoal e desafiador conhecido como “cinema de autor”. Ela ainda foi a única mulher a ganhar a Palma de Ouro Honorária e a primeira a ganhar o Oscar honorário pelo conjunto da obra.
“Queremos celebrar o legado de uma das maiores e mais importantes cineastas do cinema mundial, destacando a obra de Varda e sua trajetória artística. Apostamos em uma seleção que combina tanto os filmes clássicos da cineasta, assim como obras menos vistas, promovendo a descoberta ou redescoberta de seu catálogo para o público”, comenta Antonio Gonçalves Jr, diretor do Olhar de Cinema.
Em sua vida, Agnès Varda foi acompanhada por uma constante movimento de reinvenção, em que sua inquietação autoral percorreu diversas trilhas e linguagens, sem construir fronteiras estanques entre umas coisa e a outra, passando pela ficção e o documentário, pela fotografia e a vídeo-instalação, pela produção em diferentes países e pelo trânsito entre o íntimo e o social.

Produções da “Derivas por Varda” na Mostra Olhar Retrospectivo
– “Saudações aos Cubanos” (“Salut les Cubains / Dir Agnès Varda | França / 1964 / 29’) Sinopse: A partir de mais de mil fotografias tiradas por ela mesma em uma viagem a Cuba em 1963, Agnès Varda monta um documentário vibrante que celebra a cultura cubana pós-revolução. Com narração envolvente e ritmo dinâmico, o filme mistura informação, simpatia e crítica em um olhar afetuoso sobre o povo cubano.
– “La Pointe-Courte” (“La Pointe-Courte | Dir. Agnès Varda | França | 1955 | 81’)
Sinopse: No vilarejo pesqueiro de La Pointe Courte, um casal em crise revisita sua relação enquanto os habitantes locais enfrentam dificuldades cotidianas. Primeiro longa de Agnès Varda, o filme combina elementos documentais e ficcionais, antecipando a estética da Nouvelle Vague com um olhar lírico e social.
– “A Ópera-Mouffe” (“L’Ópera Mouffe” | Dir. Agnès Varda | França | 1958 | 17’)
Sinopse: Neste curta-metragem documental-poético de Agnès Varda, uma mulher grávida caminha pelas ruas do bairro Mouffetard, em Paris, observando cenas da vida cotidiana com sensibilidade e estranheza. Misturando realidade e sonho, o filme capta personagens marginalizados e revela o olhar terno e crítico da cineasta sobre a condição humana.
– “Cléo das 5 às 7” (“Cléo de 5 às 7” | Dir. Agnès Varda | França | 1962 | 90’)
Sinopse: Em tempo quase real, o filme acompanha duas horas na vida de Cléo, uma jovem cantora que espera ansiosamente o resultado de um exame médico. Enquanto vaga por Paris, confronta sua vaidade, seus medos e sua visão da morte. Um retrato sensível da feminilidade e da existência, marcado pelo estilo inovador de Agnès Varda.

– “Tio Yanco” (“Oncle Yanco” | Dir. Agnès Varda | França | 1967 | 19’)
Sinopse: Neste documentário leve e encantador, Agnès Varda encontra um tio artista que vive em uma casa-barco em Sausalito, Califórnia. A reunião entre os dois, que não se conheciam, dá origem a um retrato afetuoso e lúdico sobre identidade, arte e laços familiares.
– “Documentira” (“Documenteur” | Dir. Agnès Varda | França | 1981 | 65’)
Sinopse: Ambientado em Los Angeles, este filme mistura ficção e realidade para retratar a solidão de uma mulher francesa que vive com seu filho nos Estados Unidos após o fim de um relacionamento. Com tom melancólico e poético, Agnès Varda explora o exílio emocional e a busca por pertencimento em terras estrangeiras.
– “Uma canta, a outra não” (“L’une chante l’autre pas” | Dir. Agnès Varda | França | 1977 | 122’)
Sinopse: O filme segue a amizade entre duas mulheres, uma cantora e ativista política e a outra, dona de casa, que vivem experiências muito diferentes durante a Revolução Sexual e os movimentos feministas dos anos 1970. Agnès Varda explora temas de liberdade, feminismo e a complexidade da escolha e da identidade feminina.
– “Ulysse“ (“Ulysse” | Dir. Agnès Varda | França | 1983 | 22’)
Sinopse: Agnès Varda revisita a ilha grega de Chios, onde filmou seu marido, o cineasta Jacques Demy, no passado. Em uma reflexão sobre o tempo, a memória e o cinema, ela explora o legado da obra de Demy e sua própria jornada como cineasta. Através de imagens poéticas, Varda investiga as conexões pessoais e culturais com o mito de Ulisses.
– “Os Catadores e Eu“ (“Les glaneurs et la glaneuse” | Dir. Agnès Varda | França | 2000 | 82’)
Sinopse: Agnès Varda percorre a França filmando catadores — pessoas que recolhem sobras, objetos ou alimentos descartados. Ao mesmo tempo, reflete sobre o envelhecimento, o consumo e sua própria condição de cineasta que também “colhe” imagens.
– “As Praias de Agnès“ (“Les Plages de Agnès” | Dir. Agnès Varda | França | 2008 | 108’) – Sinopse: Neste documentário autobiográfico, Agnès Varda revisita sua vida e carreira por meio de memórias afetivas e lugares marcantes — especialmente praias. Com humor, sensibilidade e invenção visual, ela costura passado e presente em um autorretrato lírico e criativo.
Com sessões no MON, Cine Passeio, Cine Guarani, Teatro da Vila, Cinemateca e Ópera de Arame, o Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba é um dos principais festivais dedicados à sétima arte no Brasil, sendo composto por 10 mostras, cada uma propondo um olhar diferente sobre as produções apresentadas e a forma de consumir o cinema.
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Serviço:
14º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba
- Data: 11 a 19 de junho de 2025
- Site oficial: www.olhardecinema.com.br
- Instagram: www.instagram.com/Olhardecinema
- Realização: Ministério da Cultura – Governo Federal
- Apresentação: Rumo Logística
- Patrocínio Master: Itaú, Claro
- Patrocínio Ouro: TCP – Terminal de Contêineres de Paranaguá
- Patrocínio Prata: Solvay Peróxidos, Campari
- Apoio: Sanepar, Adami S/A, Instituto Rumo, Projeto Paradiso, Teatro da Vila, Cinemateca, Cine Passeio, ICAC, Fundação Cultural de Curitiba e Prefeitura de Curitiba
- Projeto aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura | PROFICE da Secretaria de Estado da Cultura | Governo do Estado do Paraná
- Produção: Grafo Audiovisual