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Dia do Livro: confira ações pela data em Curitiba

Assessorias – Pelo segundo ano consecutivo, a tradicional Rua XV de Novembro vai receber o projeto #CirculeUmLivro, uma realização da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) e da Embrapa Florestas, em parceria com a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e a Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf). A ação acontece entre os dias 22 e 26 de abril, em comemoração ao Dia Mundial do Livro (23 de abril), e a ideia é simples: aqueles que passarem pelo local são convidados a doarem um livro que já leram, enquanto levam outro gratuitamente para casa, promovendo, assim, a leitura e a economia circular.

No calçadão, a tenda estará próxima ao Palácio Avenida, com os totens da campanha. Os visitantes poderão tirar fotos no local e receber um marcador de páginas, que reforça a mensagem que o papel “é sustentável, biodegradável, reciclável e vem de árvores plantadas, colhidas e replantadas para esse fim”. A ação também será estendida para as redes sociais – basta compartilhar a experiência com a hashtag #CirculeUmLivro e marcar @apreflorestas, @iba_oficial e @abigrafoficial. Mais de 1.500 exemplares estarão disponíveis para troca de diferentes gêneros, doados por editoras e por leitores com grandes coleções.

Além disso, a grande novidade desta edição é que, no dia 28 de abril, o encerramento da #CirculeUmLivro vai acontecer no Palácio Belvedere, sede da Academia Paranaense de Letras (APL), localizado no Largo da Ordem. Por lá, além dos totens para troca de livros, a programação traz uma conversa com membros da APL e uma batalha de rimas do grupo Jogral Periférico.

Na avaliação do presidente da APRE, Fabio Brun, a campanha é importante para incentivar o hábito da leitura e fazer com que novas histórias cheguem a diferentes pessoas, estimulando, assim, a economia circular. Mas, mais do que isso, é uma excelente oportunidade de mostrar que as florestas plantadas fazem parte do dia a dia das pessoas, fornecendo uma matéria-prima renovável, com mínimo impacto ambiental e que dá origem a inúmeros produtos sustentáveis, entre eles o papel utilizado nos livros.

“Uma ação tão importante como a #CirculeUmLivro está alinhada com o propósito da APRE e das empresas florestais, pois é também uma forma de falar sobre sustentabilidade e fazer com que as pessoas conheçam esse segmento que é tão importante para a sociedade. Temos muito orgulho de participar da campanha e de tudo o que ela representa”, destaca.

Para Marcelo Arco-Verde, chefe-geral da Embrapa Florestas, “esta ação mostra a importância da economia circular, um tema muito atual e importante pilar da sustentabilidade. Além disso, queremos reforçar a importância da cadeia produtiva de base florestal, que produz, entre outros produtos, o papel que usamos em nosso dia a dia e, no Brasil, é produzido com certificação e garantia de processos sustentáveis”.

Além de APRE, Embrapa Florestas, Ibá e Abigraf, a ação conta com o apoio institucional de Academia Paranaense de Letras, Editoras CRV e Telaranha, Fupef, Solar do Rosário e Laboratório Benefícios da Floresta da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Escola organiza biblioteca ao ar livre

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Para reforçar que o livro é importante e não pode ser esquecido no processo de ensino-aprendizagem, uma escola de Curitiba decidiu montar uma biblioteca ao ar livre, para incentivar alunos e responsáveis a reforçar o hábito da leitura e trocar obras já lidas pelos estudantes. A biblioteca recebe contribuições das famílias entre os dias 15 e 19 de abril. No Dia do Livro, que acontece em 23 de abril, os alunos e responsáveis poderão escolher os livros que querem levar para casa.

Os pais foram convidados a preencher a biblioteca com livros que já foram lidos e que possam ser doados para outras pessoas, em especial para os colegas da instituição. A diretora e pedagoga Carolina Paschoal, da Escola Pedro Apóstolo, que organiza a biblioteca, diz que a instituição acredita na educação plena, com a participação tanto da escola quanto da família. “O hábito de leitura precisa ser mantido pelos alunos, o que pode incentivar seus responsáveis a também manter esse hábito. A ideia é fazer circular livros que ficaram parados nas prateleiras, estimular a leitura e fazer com que nossos alunos e seus familiares adquiram ainda mais conhecimento”, afirma.

Para participar, houve apenas um pedido por parte da escola: os livros devem ser de literatura e destinados a qualquer faixa etária. Dessa forma, mesmo as crianças mais novas da instituição e que estão iniciando seu hábito de leitura podem participar da atividade. “Criar essa prática de pegar um livro da estante, ler e trocar com outros colegas deve ser uma semente plantada desde os primeiros anos da vida escolar, nos primeiros momentos do letramento. Assim as crianças crescem e sabem da importância do livro em suas rotinas”, diz a diretora.

  • Números que merecem atenção

A fala de Carolina tem a intenção de, desde a infância, mudar um panorama de pouco hábito de leitura no país, em especial da população adulta. Conforme a pesquisa Panorama do Consumo de Livros, divulgada em dezembro de 2023 pela Nielsen BookData e encomendado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), 84% dos brasileiros adultos não compraram livros no período de 12 meses anteriores à realização da pesquisa. O levantamento ainda apontou que 60% dos entrevistados consideram que a leitura é importante, mas por questões como preços e falta de tempo se sentem desmotivados a comprarem as obras.

Outra análise, feita pelo Centro de Pesquisas em Educação, Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), em parceria com a plataforma de leitura Árvore e divulgada em novembro de 2023, mostrou que 66% dos estudantes de 15 e 16 anos do Brasil lêem pouco. Nesta porcentagem, segundo o estudo, o livro mais longo lido pelos estudantes não passou de 10 páginas. Somente 9,5% dos alunos com essa faixa etária leram obras com mais de 100 páginas. O número está bem abaixo do índice do Chile, país também sulamericano, e que tem índice de 65% de alunos nesta idade escolar e que consumiram obras com mais de 100 páginas.

Para a pedagoga, os números precisam mudar para que os estudantes possam se preparar tanto para adquirir conhecimentos quanto para a vida adulta. “A tecnologia pode ser uma aliada para a leitura, mas a rotina de ter um livro em mãos não pode ser esquecida. O livro e a leitura fazem parte da base de aquisição do conhecimento. Ler mais significa formar cidadãos mais capacitados para o trabalho em sociedade”, afirma.

Como no dia 23 de abril os pais e alunos da instituição poderão retirar os títulos doados e levar para casa para manter o hábito de leitura, a pedagoga também dá algumas dicas de como fazer esse incentivo. “As famílias podem tirar alguns minutos por dia para ler com os estudantes, deixar os livros à mostra para gerar curiosidade, ir a uma livraria e escolher obras junto com a criança ou adolescente. São pequenas ações que ajudam nesse processo”, comenta.

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